Setembro nem acabou e 4 estados e o Distrito Federal já ultrapassaram a média histórica de fogo registrada Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contabilizada desde 1998. A causa é majoritariamente humana, mas com uma amplificação direta feita pela seca.
- Em São Paulo, os incêndios avançam e têm provocado redemoinhos de fogo e terra, fenômeno comum para a época. O comportamento deles em 2021, no entanto, tem preocupado as autoridades.
- Incêndios florestais já destruíram 14.064 hectares de área de mata no Distrito Federal. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia e Estatística (Inmet), a umidade chegou a ter mínima de 15% na última semana.
- Em Minas Gerais, a situação é dramática: 20 unidades de conservação atingidas pelo fogo. A operação de combate às queimadas nos parques estaduais conta com o apoio de veículos 4×4 e aeronaves.
- Na Bahia, 9 cidades ainda apresentavam focos de incêndio nesta segunda-feira (20).
- Na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, as chamas começaram no dia 12 de setembro. Na segunda-feira (20), ainda atingiam o parque nacional em dois pontos.
- No Piauí, o fogo já é 44,2% maior do que a média histórica mesmo faltando uma semana para terminar o mês
Os estados sofrem com a seca, com regiões que não registram chuva há meses. De acordo com Alberto Setzer, especialista do Programa Queimadas do Inpe, a falta de água ajuda no espalhamento do fogo, mas a causa do início dele ainda é humana. A maioria dos incêndios são causados pelo homem de forma intencional.
Teresina, capital do Piauí, teve o agosto mais seco dos últimos 5 anos, segundo registro do Inmet. A chuva chegou nos primeiros 15 dias de setembro após quase 40 dias sem água. Antes, a umidade do ar ficou abaixo de 30%, com temperaturas perto ou acima dos 40ºC.
No Centro-Oeste de São Paulo, os pecuaristas se preocupam com a falta de chuva. Em entrevista, José Luiz Tavares Sebastião, em Marília (SP), tem um rebanho que é usado para a produção de leite. São 180 vacas que garantem a renda.
E vai chover?
De acordo com o Inpe, a previsão para o trimestre neste ano indica probabilidade de chuva acima da média histórica no Norte, Centro e Leste do Brasil, mas o total não deve ser o suficiente para resolver todos os problemas causados pela estiagem.
Além das queimadas, o nível de água dos principais reservatórios do país continua baixando e rápido. A situação é mais preocupante no conjunto de hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que concentra 70% de toda a água armazenada no Brasil.
Segundo análises feitas pelo Climatempo, no mês de outubro irá chover mais do que a média histórica, enquanto em novembro as chuvas serão irregulares. Dezembro deve ser o mês mais crítico do trimestre, registrando volume de chuva abaixo da média histórica para o período.
De acordo com a especialista, antes que os reservatórios possam encher novamente, é necessário que chova um volume suficiente para umedecer o solo. Por isso, ainda que haja temporais, não significa que os problemas serão solucionados rapidamente.
Fonte: G1
