27/8: Edward Norton, o diretor Alejandro González Iñárritu e Michael Keaton chegam ao Festival de Veneza. (Foto: AFP PHOTO/TIZIANA FABI)

“Birdman” se encontra em uma posição privilegiada como favorito nas premiações da indústria do cinema, mas o diretor Alejandro González Iñárritu pode apenas achar graça da ironia de que ele, assim como o protagonista de sua sátira sobre o show business, foi pego em busca por legitimação. “Estou dando esta entrevista; sinto-me como Riggan Thomson tentado vender meu próprio peixe”, disse o cineasta mexicano, em referência ao protagonista do filme.

“Birdman”, primeira incursão de Iñárritu na comédia, segue os passos do ex-intérprete de super-herói Riggan, agora esquecido em Nova York e tentando desesperadamente retornar ao estrelato com a encenação de uma peça na Broadway.

No filme, gravado em um corte aparentemente contínuo nos claustrofóbicos bastidores de um teatro, Riggan, interpretado por Michael Keaton, precisa lidar com os relacionamentos tensos com a família, amigos e colegas enquanto prepara sua peça. O longa lidera as nomeações ao Globo de Ouro, marcado para domingo, e pode replicar o feito nas nomeações ao Oscar, a serem divulgadas na semana que vem.

Iñárritu encenou o filme em um mundo surreal, correspondente à consciência igualmente surreal de Riggan, que na tela assume a forma de seu antigo alter-ego, o super-herói Birdman. “É basicamente um filme sobre mediocridade, sobre ego e suas ambições”, disse. “Essas coisas em certo sentido são muito subjetivas, processos muito internos de vozes que temos lá dentro.”

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