
As construtoras do Rio Grande do Norte já sentem o impacto do atraso no repasse de recursos do governo federal para as obras do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Apesar da presidente Dilma Rousseff recentemente ter participado de entregas de residências em algumas cidades do país, em Natal as oito obras iniciadas para o projeto seguem com prazo de conclusão indefinido.
De acordo com o diretor de Comunicação e Marketing do Sindicato da Indústria da Construção Civil do RN (Sinduscon), Carlos Luiz Cavalcanti, a inadimplência do governo com as construtoras do Rio Grande do Norte pode chegar a R$ 10 milhões. O também diretor da empresa Tecnart Engenharia afirma que somente para sua empresa, o governo deixou de repassar mais de R$ 1,3 milhão referente aos custos com as obras do MCMV.
Segundo Carlos, o débito refletiu diretamente no número de empregos gerados a partir das construções, reduzindo à metade a quantidade de vagas oferecidas. “O ano passado, por volta de outubro, a gente tinha um efetivo só nas obras de Natal – que são oito – em torno de 1.200 operários, uma média de 150 por empreendimento. Hoje está em torno de 600 trabalhadores”, lamenta o diretor.
Como resultado da demora para o recebimento das verbas, a construção das casas ficou mais vagarosa e a entrega dos imóveis no prazo inicialmente estabelecido ficou praticamente inviável. “O ritmo das obras estão bastante comprometidos em função do atraso no repasse dos recursos. Se não entra pagamento de parcelas, não tem como continuar comprando, admitir pessoal. Pelo contrário, você começa a reduzir custos. Consequentemente comprometendo o prazo da entrega”, explicou Carlos.
Para o empresário, o prazo pode ser prorrogado até em sete meses. “Os empreendimentos deveriam ser entregues em novembro deste ano, mas deverá ficar entre março e junho de 2016”, finaliza.