O dia de ontem foi marcado pela ausência de notícias novas. Porém os investidores mantiveram o mau humor da véspera, ainda justificado pelas incertezas dos cenários interno e externo. No Brasil, o ceticismo em relação à reforma da Previdência foi fortalecido pela percepção de aprofundamento da divisão dentro do PSDB. Nos Estados Unidos, as divergências em torno da proposta de reforma tributária proposta pelo presidente Donald Trump voltaram a impor perdas às bolsas de Nova Iorque. Nesse cenário, o Índice Bovespa terminou o dia em queda de 1,05%, aos 72.165,63 pontos. Com esse resultado, o indicador acumulou perda de 2,37% na semana, a terceira consecutiva.
Desde que o Ibovespa atingiu a última máxima histórica, em 13 de outubro (76.989 pontos), sua desvalorização soma 6,27%. Nesse período de correção, houve saída líquida de R$ 3,7 bilhões em recursos externos da Bolsa. As dúvidas quanto à reforma da Previdência e a proximidade das eleições, além da reforma tributária nos EUA, são fatores que justificam esse comportamento de cautela. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a nova versão do texto, com propostas mais enxutas, deve ser apresentada até o final da próxima semana. Diante dessas novas articulações, ele afirmou que já existe o apoio político para aprovar a reforma e lembrou que a atual gestão já aprovou outras medidas estruturais.
A queda da bolsa atingiu essencialmente as “blue chips” do mercado doméstico. Mesmo com o petróleo operando em queda, Petrobras ON teve alta de 0,17%, enquanto Petrobras PN terminou o dia estável. No setor elétrico, o destaque foi Eletrobras ON e PN, que caíram 2,15% e 3,40%, devolvendo lucros recentes, com novas incertezas em torno da privatização da empresa. No setor financeiro, as ações seguiram em sentidos diferentes. Bradesco ON subiu 0,43%, enquanto Banco do Brasil ON recuou 2,98%.
