A escassez de indicadores e notícias relevantes garantiu ontem um pregão morno para o mercado de ações, que oscilou majoritariamente no terreno negativo. O desempenho das bolsas de Nova Iorque e o noticiário corporativo estiveram entre as poucas referências do dia, mas sem grandes interferências nas oscilações do Índice Bovespa, que acabou por fechar com leve alta, de 0,07%, aos 75.186,53 pontos. A aproximação do final de ano reduziu quase à metade o volume de negócios na bolsa, que ficou em R$ 5,9 bilhões. As blue chips do mercado se dividiram entre altas e baixas, o que acabou por contribuir para um certo equilíbrio ao longo do dia.
Entre os destaques positivos esteve Vale ON, que fechou com ganho de 1,07%. O papel estreou no Novo Mercado do Ibovespa e contou com a influência do minério de ferro, que subiu 4,86% no mercado à vista chinês. Do outro lado estiveram as ações da Petrobras, que recuaram 0,36% (ON) e 0,69% (PN), em meio ao desempenho instável do petróleo no mercado internacional. Entre os papéis do setor financeiro, o viés predominante também foi negativo. Enquanto Banco do Brasil ON subiu 0,35%, Itaú Unibanco PN encerrou o dia com perda de 0,47%.
A ação da Embraer, que na quinta havia subido 22,50%, manteve-se no terreno positivo durante boa parte do pregão, mas perdeu fôlego e terminou o dia em queda de 1,44%. A alta recente foi reflexo do anúncio, na quinta, de negociações para uma eventual fusão com a norte-americana Boeing. O presidente Temer disse que a parceria é bem-vinda, mas que a transferência de controle não está em exame. A sinalização de veto se justifica pela detenção da “golden share”, que o governo manteve após a privatização da fabricante de aviões. Assim, o Ibovespa encerrou a semana com ganho de 3,55%, passando a acumular 4,47% em dezembro e 24,84% no ano. O bom desempenho em dezembro acontece mesmo diante de um cenário de incertezas, com o adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro.
