A crise em torno da paralisação dos caminhoneiros continuou ontem no centro das atenções do mercado de ações. O cenário internacional também colaborou para a deterioração das ações, dadas as quedas do petróleo, das bolsas de Nova Iorque e das emergentes. O Índice Bovespa operou em terreno negativo na maior parte do dia e fechou aos 78.897,66 pontos – menor patamar desde 10 de janeiro -, em queda de 1,53%. Na semana, houve perda acumulada de 5,04%. Os negócios do dia somaram R$ 11,8 bilhões. A maior movimentação aconteceu à tarde, quando o presidente Michel Temer anunciou o uso das Forças Armadas para tentar pôr fim aos bloqueios nas rodovias, o que aumentou o clima de incerteza nos negócios.

Rumores sobre a permanência de Pedro Parente à frente da Petrobras também levaram o Ibovespa a ampliar as perdas no período vespertino, com as ações da Petrobras abandonando uma sofrida tentativa de recuperação das perdas recentes. Parente negou qualquer intenção de entregar o cargo, mas o mau humor persistiu. Pouco antes das 17h, a Abcam, principal entidade contrária ao acordo entre caminhoneiros e o governo federal, distribuiu nota à imprensa informando que pediu aos motoristas que liberassem as rodovias interditadas. A mudança de orientação foi motivada pelo aceno de Temer de que utilizaria força para liberar as estradas.

Ao final dos negócios, Petrobras ON e PN caíram 0,73% e 1,39%. Na semana, os papéis da estatal perderam mais de 20%. É um cenário ainda bastante desafiador para emergentes no geral, que coloca o Brasil em linha com a percepção de risco de seus pares. Os Estados Unidos divulgaram dados fortes de bens duráveis, acima do esperado, que contribuem para um dólar ainda mais forte lá fora.

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