Nem mesmo um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil, agora pela Fitch Ratings, foi capaz de impedir o Ibovespa de marcar ontem uma nova máxima histórica, aos 87 mil pontos. Foi a 8ª sessão seguida de alta na qual o índice à vista encerrou o pregão aos 87.293,24 pontos e valorização de 0,70%. Com isso, termina a semana com ganhos de 3,28%, levando o resultado anual a 14,26%. Tudo por causa do resultado da inflação, que amplia as possibilidades de uma nova queda da Selic, aliado à queda dos juros futuros pela mudança de regras do governo. Isso pesou bem mais que o próprio downgrade.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) teve alta de 0,38% em fevereiro, abaixo dos 0,39% de janeiro. Foi a segunda menor variação para este mês desde a implantação do Plano Real. Embora tenha vindo em linha com a mediana das expectativas, reforçou as possibilidades de um novo corte da taxa básica de juros pelo Banco Central na reunião de março. Uma taxa de juros muito baixa leva os agentes a ter apetite pelo risco, já que existe uma demanda reprimida por ativos de risco.

O Ibovespa iniciou a sessão de ontem em alta, mas rondou a estabilidade durante toda a manhã. Pouco antes das 13 horas, a agência de classificação de risco Fitch Ratings anunciou que a nota de crédito soberana estava sendo cortada de BB para BB-, com perspectiva estável. A reação na bolsa foi contida, batendo mínimas até chegar aos 86.137,51 pontos (-0,63%). No entanto, sustentada pelo bom humor externo visto em Wall Street e as empresas ligadas às commodities, reverteu a queda e passou a operar em terreno positivo. Na sessão, entre as blue chips, as ações da Petrobras subiram 2,58% (ON) e 1,83% (PN) embaladas pela alta do petróleo no mercado internacional. Também Vale ON ganhou 0,90%. No fim da sessão de negócios, os papéis de bancos reverteram a queda e também apontaram ganhos, ajudando o Ibovespa a superar os 87 mil pontos.

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