O pregão da Bovespa foi todo de baixa nesta sexta-feira (15) refletindo a deterioração no cenário internacional e o desalento do mercado com o ambiente doméstico indefinido. O Índice Bovespa chegou a cair 2,57% no período da tarde, abaixo dos 70 mil pontos, mas reduziu o ritmo e terminou o dia aos 70.757,73 pontos, com perda de 0,97%. Com esse resultado, o indicador terminou a semana com baixa acumulada de 2,99%.
A intensificação da tensão comercial entre Estados Unidos e China, por conta da divulgação oficial da lista de sobretaxação de produtos chineses, foi o principal motivo da aversão ao risco de ativos de renda variável. Em resposta, o Ministério de Finanças chinês prometeu impor barreiras à mesma alíquota e sobre o mesmo valor em bens importados dos EUA. Nesse ambiente, houve quedas das commodities e das bolsas de Nova York, com reflexos diretos sobre os papéis das empresas brasileiras.
O petróleo fechou com fortes perdas, pressionado pela confirmação das tarifas, que serão de 25% sobre cerca de US$ 50 bilhões em produtos importados da China. A desvalorização pesou sobre as ações da Petrobras, que cederam 1,00% (ON) e 0,86% (PN). As quedas do minério de ferro no mercado chinês conduziram as ações da Vale a uma perda ainda maior, de 4,99%.
A queda do dólar e dos juros foi um fator importante para o mercado de ações hoje. No câmbio, a baixa de 2,04% da moeda americana ante o real foi determinada pela injeção de US$ 5,750 bilhões em 115 mil contratos de swap cambial extraordinários, além da notícia de que o Banco Central continuará com os leilões na próxima semana.
Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, o maior destaque de alta foi Braskem PNA, que disparou 21,40%, com notícia de que a Odebrecht negocia a venda de sua participação na empresa petroquímica para a holandesa LyondellBasell.
Na última quarta-feira, 13, os investidores estrangeiros retiraram R$ 431,304 milhões da B3. Em junho, o saldo líquido entre ingressos e saídas da Bolsa está negativo em R$ 3,665 bilhões, levando o acumulado de 2018 para uma retirada de R$ 8,108 bilhões.
