A perspectiva de que a liquidez internacional ainda não será interrompida com um aperto monetário mais forte nos Estados Unidos trouxe otimismo ao mercado acionário brasileiro em um dia de forte alta, onde o Ibovespa voltou a se firmar no patamar dos 86 mil pontos. O índice à vista encerrou o pregão de ontem, com valorização de 1,63%, aos 86.371,41 pontos e giro financeiro de R$ 11,3 bilhões. O bom desempenho do mercado acionário brasileiro hoje contribuiu para que o Ibovespa fechasse a semana com ganhos de 0,71% e de 13,05% neste ano.
O relatório de emprego do mercado de trabalho americano revelou aumento da criação de vagas, mas uma alta do ganho médio por hora trabalhada mais baixa que a prevista. A leitura dos analistas foi a de que, muito embora o aquecimento do mercado de trabalho esteja ocorrendo, não há aumento dos custos. Isso significa menor pressão inflacionária e, consequentemente, menor necessidade de o Federal Reserve (Fed) reduzir o gradualismo esperado pelos investidores no ritmo de elevação da taxa de juros local. Se os EUA não elevam tanto os juros sobra dinheiro para o mundo, principalmente para os emergentes.
As commodities, como petróleo e cobre, foram beneficiadas também pelos dados. Entre as blue chips, destaque para a alta dos papéis da Petrobras 2,61% (ON) e 3,18% (PN). Um dia após o anúncio da medida protecionista dos EUA, com a imposição da barreira tarifária para o aço e o alumínio, as ações das empresas do setor siderúrgico no Ibovespa se recuperaram. A abertura da possibilidade de negociações com países mostrou uma postura mais flexível do governo americano. CSN ON e Usiminas fecharam em alta de 3,96% e 1,36%, respectivamente.
