O Hospital de Campanha de Natal deve começar a funcionar na segunda-feira (4), recebendo pacientes com Covid-19. Porém os 20 leitos de UTI disponíveis na unidade ainda estarão fechados. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, faltam equipamentos para colocar esses leitos em funcionamento e há uma dificuldade para adquiri-los, por causa da alta procura em todo o mundo. Não há previsão para que a situação seja resolvida.

O hospital começará a operar com os 100 leitos de internação clínica. O secretário da SMS, George Antunes, disse em entrevista ao Bom dia RN, dessa quinta-feira (29), que a máquina mais difícil para comprar para a UTI é o respirador. O problema é que também é a essencial para que as Unidades de Terapia Intensiva possam receber os pacientes.

“Temos uma dificuldade enorme de encontrar no mercado. Quando achamos, mesmo com propostas absurdas de preço, os prazos para entrega são muito longos. Antes, a gente comprava esses ventiladores mecânicos por R$ 35 mil e até R$ 50 mil. Hoje há quem venda por R$ 400, o que beira a criminalidade”, afirma Antunes.

Ainda segundo o secretário, os pacientes que têm chegado às unidades de saúde do Município com o novo coronavírus já apresentam um quadro agravado da doença. “Do início dos sintomas até o quadro grave é muito rápido. Muitas vezes eles já chegam precisando de respiradores”, relata.

George Antunes conta que a prefeitura tem, hoje, nove UTIs no Hospital Municipal em funcionamento, todas ocupadas. Há ainda oito respiradores adaptados em leitos de enfermaria como um espaço de tratamento semi-intensivo, também com pacientes. “Tem ainda 12 respiradores em conserto. Mas, hoje, eu precisaria de mais 30”, revela o titular da SMS.

Segundo ele, a fase estrutural de construção de mais 16 leitos de UTI no Hospital Municipal de Natal deve acabar no domingo (3), momento em que os oito ventiladores mecânicos que estão na enfermaria serão realojados no novo espaço. De acordo com Antunes, para o funcionamento básico de uma Unidade de Terapia Intensiva, é necessário, além dos respiradores, uma bomba de infusão e um monitor.

O Hospital de Campanha de Natal foi orçado em R$ 19 milhões. Com a realidade do aumento de preços dos equipamentos, afirma George Antunes, talvez seja necessário pedir mais dinheiro federal para reajustar esse valor. A unidade não terá atendimento de urgência e só receberá pacientes encaminhados das UPAs.

Isolamento social

Para o secretário George Antunes, Natal ainda não apresenta tantos casos do novo coronavírus como outras cidades por causa do isolamento social. Segundo ele, é necessário “continuar nessa lógica”.

“Se relaxarmos mais do o que o que está posto, não dou 15 dias para o sistema (de saúde) entrar em colapso. Não estamos 100% preparados”, declara.

Além disso, Antunes alega que, em vários pontos de Natal, há pessoas circulando na rua, com pontos de aglomeração. O secretário também citou as filas nas agências da Caixa Econômica Federal como um risco para o contágio do vírus.

“O reflexo (dessas aglomerações) virá em 10 a 15 dias. Já temos casos espalhados por toda a cidade. Temos 12 mortes em Natal e você pode achar pouco. Mas para nós da saúde é um número grande. Para quem perde um ente, um desastre. Então precisamos tomar cuidado, não é uma gripezinha, o caso é sério”.

Fonte: G1RN

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