GOVERNADORES COM ROUPAS DA VERDADE! – 

Alguém conhece a parábola da “Verdade Saindo do Poço”, divinamente retratada na pintura de Jean-Leon Gérôme em 1896?

Para quem não conhece, vou resumir para ilustrar o pensamento onde os nove governadores do Nordeste vestem a roupa da verdade, meio como na música “Maior abandonado” de Cazuza, quando diz:

“Pequenas porções de ilusões
Mentiras sinceras me interessam”

Na centenária parábola a verdade resolveu passear ao lado mentira, o dia era lindo e ensolarado e a mentira convidou a verdade para tomar banho num poço de águas refrescantes.

Acontece que a mentira aproveitou o banho para roubar e fugir com as roupas da verdade, por sua vez a verdade nua correu raivosa pelas ruas atrás de suas roupas, sem sucesso, e com vergonha, voltou para o poço para se esconder.

Deste mesmo jeito estão os governadores do nosso nordeste, como a mentira viajando por todo canto vestida com as roupas da verdade, satisfazendo as ilusões da sociedade, onde parte, sobretudo os nordestinos, não querem ver e nem ouvir uma dura verdade.

Todos os Estados do Nordeste estão com crise fiscal batendo no pescoço, o Rio Grande do Norte em situação ainda mais grave, com atrasos de salários de servidores e aposentados, mas vestidos com a roupa da verdade, os governadores seguem contrários a reforma da previdência, mesmo que torçam intimamente pela inclusão dos Estados e sua aprovação no congresso.

Por sua vez fica o Presidente Bolsonaro, com seu tom raivoso, bravateiro, com suas gafes e impropérios, assim como a personagem da verdade nua correndo atrás de suas roupas, com o muita gente não querendo aceitar que de fato precisamos da reforma da previdência para voltarmos a crescer e gerar empregos.

A parábola também tem outro final, logo que a verdade não tinha realmente do que se envergonhar e mesmo nua resolveu caminhar por todo canto a procura de suas vestes.

Exatamente como faz Bolsonaro, sem vergonha alguma, mesmo que para muitos seja mais fácil ouvir e aceitar o que dizem os nove governadores do Nordeste, vestidos com a roupa da verdade, do que aceitar a verdade nua e crua do desbocado Presidente.

A questão é que na parábola tupiniquim, essa que vivemos, estamos todos no fundo do poço, esperando que ouçam a verdade, mesmo que seja dura e desagradável.

E parafraseando Noel Rosa, já que a vida não está sopa, com que roupa nós vamos? Para a festa que a democracia nos convidou!

Que tal nu?

 

 

Renato Cunha Lima – Administrador de Empresas

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