
O Forte dos Reis Magos entrou para a lista indicativa do Patrimônio Mundial da Unesco neste ano. O monumento está compreendido no conjunto de Fortificações do Brasil. Se conseguir ganhar o status de Patrimônio Mundial da Humanidade, terá maiores chances de obter recursos para custear sua manutenção, já que um dos requisitos para estar na lista é a integridade do imóvel.
De acordo com a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Andréa Costa, isso já aconteceu parcialmente quando a fortaleza passou a ser administrada pelo órgão do Governo Federal, em dezembro de 2013. Antes, a responsabilidade era do Governo do Estado, por meio da Fundação José Augusto. O resultado foi a inclusão do seu projeto de modernização no PAC, contemplado com R$ 8,5 milhões, valor que ultrapassa o que deverá ser requisitado. O projeto será concluído em maio, quando deve ser realizada uma audiência pública sobre o tema. As obras devem começar em julho. Mas, enquanto isso, o Forte está com as salas vazias: perdeu acervo, equipe e a maior parte dos seus visitantes.
No primeiro ano do Iphan no Forte, em 2014, foram 150 mil visitas, contra as cerca de 450 mil em 2013. De acordo com o ex-diretor do monumento, Vatenor Oliveira, em meses de alta estação, como fevereiro, março e julho, o número de pessoas chegava a 45 mil.
O material que era exposto pertence à Fundação José Augusto e foi levado para outros equipamentos da instituição. A mostra “História da cidade do Natal” pode ser vista hoje no Memorial Câmara Cascudo e outras peças foram acondicionadas na Pinacoteca do Estado. O mobiliário que estava no Forte foi dividido entre vários outros órgãos, como Centro de Documentação (Cedoc), Gráfica Manimbu e a própria Fundação.
O Iphan não tem pessoal suficiente e revesa seus 11 funcionários em plantões todos os dias, das 8h às 16h, exceto nas quartas (das 8h às 12h) e quintas-feiras (das 12h às 16h). Até mesmo o horário de funcionamento tem confundido quem chega. A potiguar Roseane Beatriz levou o amigo carioca Thiago Andrade na quarta-feira (1º) à tarde e encontrou as grandes portas fechadas. Lamentou: “é o principal ponto histórico daqui”.