g1 entrevista o vice-presidente da GM, Fabio Rua — Foto: g1 | Fábio Tito
g1 entrevista o vice-presidente da GM, Fabio Rua — Foto: g1 | Fábio Tito

Em entrevista exclusiva ao g1, o vice-presidente da General Motors Brasil, Fabio Rua, reconheceu que o Chevrolet Onix precisa ser renovado. Sem cravar data para a mudança, o executivo garantiu que o hatch não sairá de cena, mesmo com a chegada iminente de um SUV subcompacto para competir na faixa dos R$ 100 mil.

“O Onix é um sucesso há décadas, com oscilações de aceitação do público ao longo do tempo, este que culmina talvez com períodos mais extensos sem uma atualização um pouco mais expressiva”, comenta Fabio Rua.

“Não espere que ele saia do nosso portfólio, porque ele é dos filhos mais queridos da Chevrolet no Brasil. Então assim, esperem uma atualização do Onix em algum momento, sem dúvida alguma”, afirma o executivo.

 

O desencanto com o Onix, inclusive, causou uma revisão de atividades na fábrica da GM em Gravataí (RS). Enquanto o sindicato dos metalúrgicos fala em paralisação da produção, a GM diz que a planta gaúcha passará por reformulação, mas manterá um dos turnos.

O Onix teve uma época gloriosa, mas já faz tempo que não é mais o mesmo. Em 2019, no auge, foram emplacados mais de 240 mil unidades do Onix. Em 2024, o hatch não conseguiu ultrapassar a barreira dos 100 mil veículos vendidos.

Fabio Rua é sutil e manteve mistério, mas revela um dos mais importantes movimentos da montadora: a entrada na disputa entre os SUVs de entrada, um dos segmentos que mais cresce em vendas no país.

“Me permitam uma surpresa, mas a resposta é sim. Qual é o produto, quando ele será fabricado, em que planta ele será fabricado, em breve vocês saberão”, diz o executivo.

 

Não disse quando chega, nem onde será produzido, mas também reconheceu que a resposta está na própria entrevista concedida ao g1. “Já tem pistas que eu dei ao longo dessa entrevista que talvez possa ajudá-los a montar esse quebra-cabeça”, brincou.

Aqui está a pista: o executivo revelou que a fábrica de Gravataí usará parte do investimento anunciado para a produção de um modelo inédito, em que a empresa “ainda” não atua.

“O investimento de R$ 1,2 bilhão que anunciamos para nossa planta de Gravataí (RS) será destinado à produção de um veículo em uma categoria na qual ainda não atuamos, e que será revelado este ano”, afirmou o executivo.

 

Atualmente, a Chevrolet produz na fábrica de Gravataí o hatch Onix e sua versão sedã, o Onix Plus. A ver se sairá de lá o modelo que já até recebeu o apelido de “SUV do Onix”.

As brigas entre SUVs compactos, com preços a partir dos R$ 100 mil, é das mais acirradas do mercado. No ano passado foram lançados Renault Kardian e Citroën Basalt, que disputam com Fiat Pulse e Nissan Kicks. A Volkswagen entrou no jogo com o lançamento do Tera.

Ainda que a data para o novo SUV esteja sob completo sigilo, Rua reforça que a marca pretende lançar até cinco novos modelos em 2025. Além disso, serão 10 veículos eletrificados no Brasil até 2030, de híbridos leves a 100% elétricos.

Falando em Gravataí, a Chevrolet anunciou no início do mês que estava em processo de negociação com o sindicato dos metalúrgicos para suspender temporariamente os contratos de trabalho de parte das equipes (lay-offs) em abril para reduzir a produção de seus veículos de entrada, Onix e Onix Plus.

“Estamos trabalhando com a negociação sindical, ela é fundamental para a gente conseguir fazer os nossos planos. A gente não vai avançar em definição nenhuma sem ter um bom entendimento”, diz Rua.

 

Segundo Valcir Ascari, presidente do sindicato de Gravataí, o acordo previa um lay-off de dois meses e oito dias, a partir do dia 22 de abril. Na época, a empresa e os representantes do sindicato ainda estavam em negociação.

Na entrevista ao g1, Fabio Rua afirma categoricamente que não há plano de paralisação total da fábrica do Rio Grande do Sul e que a medida seria somente para redução de turnos.

“A gente não vai deixar de fabricar nem Onix e nem Onix Plus. A gente está reduzindo o volume de produção. Esses carros continuam sendo fabricados. Não é paralisação. Não tem paralisação. Tem turno rodando”, aponta o executivo.

Fonte: G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *