Segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada ontem pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas diminuiu de 57,8% em março para 56,8% em abril. Em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 62,6% das famílias informaram ter algum tipo de dívida, houve queda de 5,8 pontos percentuais. De acordo com o levantamento, “a despeito dos estímulos monetários e fiscais para a oferta de crédito e para o consumo de bens duráveis, persiste maior cautela das famílias em relação ao seu endividamento”. “As famílias estão conseguindo diminuir seu endividamento para elevar o consumo lá na frente”, avaliou o economista Bruno Fernandes, da CNC. Especialistas alertam, entretanto, para os riscos que surgem com a onda de corte nos juros anunciada pelos bancos.

Os cortes nas taxas de juros anunciados por bancos públicos e privados segue orientação do governo federal, que lançou um novo pacote de medidas para aquecer o mercado interno e manter o crescimento da economia usando como uma das bases de sustentação o crédito. Os cortes, que foram anunciadas por bancos como Caixa, Banco do Brasil, Santander, HSBC, Bradesco e Itaú, variam e continuam aumentando. Ontem, por exemplo, o Banco do Brasil anunciou novas reduções, acompanhando a queda da taxa básica de juros, a Selic – reduzida de 9,75% ao ano para 9% ao ano na noite anterior. A expectativa é que a ‘enxurrada de crédito’ mais barata estimule todos os setores econômicos, inclusive a indústria, que enfrenta dificuldades. Riscos como os de endividamento e inadimplência, segundo especialistas,  não devem, entretanto, ser ignorados.

“Quanto mais barato e mais fácil o acesso ao crédito, maior o risco de inadimplência”, ressaltou o diretor do curso de Gestão Financeira da Universidade Potiguar e conselheiro do Conselho Regional de Economia no Rio Grande do Norte, Janduir Nóbrega, em entrevista anterior à TRIBUNA DO NORTE. Segundo ele, o  anúncio de redução das taxas de juros pode passar a falsa ideia de que tudo é muito bom. Mas não é bem assim. O crédito está barato, mas não é de graça, destaca.

Fonte: Tribuna do Norte

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