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Aposentada desde julho deste ano das piscinas, Joanna Maranhão, de 31 anos, tem vivido uma rotina bem diferente nos últimos meses. Em setembro, a ex-nadadora assumiu um cargo na Secretaria Executiva de Esportes na Prefeitura de Recife, onde tem trabalhado ao lado de Yanne Marques, medalhista olímpica no Pentatlo Moderno (Londres-2012). Como gestora, ela tem tido a missão de trabalhar com políticas públicas de esporte, esbarrado cada vez menos com o alto rendimento e tentado humanizar cada processo dentro do cargo.
Ouvir as comunidades, dialogar e compreender necessidades são três pontos fundamentais do que ela busca fazer neste novo trabalho. Dessa forma, Joanna Maranhão, que detém a melhor marca da natação feminina do Brasil nas Olimpíadas (quinto lugar em Atenas 2004), trabalha agora pelo esporte do outro lado da mesa e busca fortalecer uma cultura de esportes no Brasil. Embaixadora do Jogos Escolares da Juventude, que começam nesta segunda-feira em Natal, ela conversou com o GloboEsporte.com sobre o pós-carreira, o fim do Ministério do Esporte e a formação de jovens atletas.
– Eu estou hoje trabalhando com política pública de esporte, que não tem muito a ver com rendimento. Então, eu começo a ver um Brasil e uma necessidade urgente de a gente melhorar o que a gente oferta como prática de esporte e de lazer pra uma população que é completamente diferente da qual eu faço parte e fiz parte. Eu me percebo numa urgência e numa vontade muito grande de me fazer útil. É interessante, é trabalhoso, é cansativo, mas é desafiador – destaca.
– Eu acho que nesse momento do Brasil, do que vem pela frente agora, quando a gente fala de resistência, a gente está falando do valor esportivo de mostrar. As pessoas precisam entender o quanto o esporte é importante. Quando a gente fala de política pública, o Bolsa Atleta é um projeto só. A gente tem muitas outras coisas. Tem o ‘Segundo Tempo’, tem o ‘Pelc’, tem muitos projetos que não podem ser extintos de maneira nenhuma. O que eu puder fazer para que esses projetos possam ser mantidos e ampliados, como gerente de esportes, eu vou fazer – declarou.
Sobre o fim do Ministério do Esporte, Joanna Maranhão acredita que isso vai pesar principalmente para atletas de alto rendimento e para o desporto escolar. Ela ainda não entende que haja uma movimentação mais forte dos atletas para lutar pela manutenção da pasta, mas acredita que num futuro próximo isso será sentido na comunidade.
– Eu acho difícil que a gente se movimente nesse sentido, até porque já foi dito que iria acabar e essa movimentação não houve. A gente teve um início de movimento bacana contra a MP 841, mas logo depois o Michel Temer, quando fez o orçamento para 2019, cortou, acho que, R$ 19 milhões e a gente não se movimentou de novo. É uma comunidade que ainda precisa compreender, porque obviamente pra você ser atleta você tem que estar treinando muito, então você não tem cabeça pra estar lendo sobre política. E não é papel do atleta que ainda treina – acredita.
Embaixadora dos Jogos Escolares da Juventude em Natal, Joanna Maranhão tenta humanizar a nadadora com status de quinto lugar nas Olimpíadas, que conquistou oito medalhas nos Jogos Pan-Aamericanos, para os jovens que começam a trilhar seus primeiros passos no esporte. Ao lembrar de ter visto ídolos quando criança, ela acredita que pode estimular – ainda sem querer assumir esse status – a vontade dos adolescentes de seguirem no esporte.
A ex-nadadora também entende que é preciso conversar com os jovens sobre as exigências de quem busca uma carreira de alto rendimento no esporte e também tentar levar a maturidade para lidar com derrotas no meio do caminho.
Fonte: GloboEsporte.com