O “ritmo de contágio” é um número que traduz o potencial de propagação de um vírus: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança. Se ele está abaixo de 1, é um sinal de que a transmissão do vírus está diminuindo.
O estudo utilizou modelagem matemática para investigar a associação entre uso de máscaras, distanciamento físico e transmissão SARS-CoV-2 nos EUA e analisou o comportamento de mais de 350 mil pessoas.
Segundo os pesquisadores, comunidades com alto uso de máscaras e distanciamento físico têm a maior probabilidade de controlar a transmissão. “Máscaras faciais podem ajudar a prevenir a transmissão de Covid-19, protegendo o usuário de se infectar ou impedindo que o usuário passe o vírus se ele estiver infectado.”
Máscara, ventilação e distanciamento
Desde o começo da pandemia, os especialistas alertam que as medidas não farmacológicas são fundamentais para conter a Covid-19. E o que são essas medidas? Máscaras, distanciamento físico, ventilação de ambientes e higiene das mãos.
Com a vacinação, muitas pessoas começaram a abandonar algumas dessas medidas, incluindo a máscara. Mas precisamos lembrar que os imunizantes previnem as formas graves e hospitalizações da doença. Ainda não há 100% de certeza que as vacinas também previnem a Covid-19.
Um estudo publicado no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia (NCBI) dos Estados Unidos, alertou que, além da vacinação, as estratégias contra a Covid-19 devem enfatizar o uso de máscaras e garantir ventilação adequada.
Para os pesquisadores, as máscaras têm duas principais funções: limitar a saída de gotículas respiratórias potencialmente infecciosas; e proteção do usuário da máscara, reduzindo a entrada de aerossol carregado de vírus.
Uma outra pesquisa, feita em Barcelona e publicada na revista The Lancet em maio, avaliou o risco de transmissão da Covid-19 em um concerto de música ao vivo em espaço aberto, em dezembro de 2020. Todos os 465 participantes fizeram testes e usaram máscaras N95.
O principal autor do estudo, Josep Llibre, alertou que o estudo foi feito em um momento de baixa circulação do vírus, mas que as medidas de prevenção são essenciais.
“Nosso estudo fornece evidências precoces de que eventos de música podem ocorrer sem aumentar o risco de transmissão quando medidas abrangentes de segurança estão em vigor, mas é importante que nossas descobertas sejam consideradas à luz da situação na Espanha na época – quando os casos não eram altos e muitas restrições estavam em vigor. Como resultado, nosso estudo não significa necessariamente que todos os eventos de massa são seguros.”
O que diz o Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde disse, em nota, que trabalha desde o começo da pandemia para divulgar amplamente todas as medidas de prevenção contra a doença.
“Entre as ações não farmacológicas estão o uso de máscaras de proteção, a higienização das mãos, além do distanciamento social. Medidas que, juntamente com a ampliação da campanha de vacinação, são necessárias para acabar com o caráter pandêmico da doença”, afirma a pasta.
Sobre o estudo para flexibilizar o uso da máscara no Brasil, a pasta disse que o documento passa por uma revisão sistemática encomendada pelo ministério à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).