E AGORA CABRAL? –
Que nos desculpem os irmãos baianos, porém todas as evidências apontam que o Brasil foi descoberto aqui, no nosso Rio Grande do Norte. Os indícios se avolumam a cada dia, reforçados por cálculos matemáticos e de física avançada, além de interpretações minuciosas da Carta de Caminha ao rei de Portugal.
Nem por isso a Bahia perderá relevância na História do Brasil, haja vista ter sido a primeira capital do país. O importante é que transcorridos mais de cinco séculos do nosso descobrimento as novas provas devem ser consideradas e a verdade restabelecida e posta no patamar devido.
O Monte Pascoal, assim denominado pelos portugueses, situado dentro do Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal, em de Porto Seguro/BA, na verdade seria a Serra Verde, no município de João Câmara, no Rio Grande do Norte.
O historiador norte riograndense, Lenine Pinto, afirmou no livro, “Reinvenção do Descobrimento”, ser o Monte Pascoal, o Pico do Cabugi, situado no município de Angicos. Mais adiante no tempo, o engenheiro e pesquisador, Manoel de Oliveira C. Neto, nas publicações “Brasil 1500 – A Verdade” e “Descobrimento do Brasil no Rio Grande do Norte”, definiu a Serra Verde como o ponto avistado por Cabral.
O jornalista, Alexandre Garcia, sempre encampou a tese e insiste em divulgar o descobrimento do Brasil como sido no saliente potiguar. Por último, estudos dos doutores em física, Carlos Chesman e Cláudio Furtado, respectivamente professores da UFRN e da UFPB, baseados em estudos batimétricos e dados da carta de Caminha, nunca considerados, corroboram a teoria em questão.
E agora seu Cabral? Foi ou não o senhor quem do alto mar avistou a Serra Verde e a nominou de Monte Pascoal, por estarem em período da Páscoa? Foi ou não o senhor quem desceu do barco com o frei Henrique de Coimbra e outros tripulantes de suas doze embarcações, para rezarem a primeira missa em terras Brasilis, rodeados por índios tidos hoje como os potiguaras?
Capitão-mor Cabral, já passou pela sua cabeça a hipótese de erro dos historiadores, quando da interpretação dos manuscritos de Pero Vaz de Caminha, deixarem de registrar o ato de implantação do marco do descobrimento do Brasil em litoral de Touros, em nosso estado, como o local da primeira missa? Caso contrário, qual a justificativa para estar fincado naquele ponto o dito marco?
“Antes tarde do que nunca” e “Contra fatos não existem argumentos” afirmam os ditos populares. Os fatos e os argumentos estão se direcionando para o esclarecimento da pendenga. Pelo sim pelo não os projetos gráficos dos novos livros de História do Brasil já deveriam estar de prontidão para quando a nova versão do descobrimento vier à tona, não se perder mais tempo na divulgação do erro histórico.
Então, senhor Cabral, será a vez de seus patrícios desfrutarem da fidalguia da terra dos “papa-jerimuns”. Trocarão o vatapá, o caruru e o acarajé, pela carne de sol, o baião de dois e a ginga com tapioca, deitados em redes montadas em barracas à beira-mar com nomes das caravelas de sua expedição. Isso tudo num clima aprazível e de águas tépidas da Praia do Marco, bem na esquina da América do Sul.
Por último, senhor Cabral, para corrigir o engano histórico, que venha um frade português celebrar outra missa, aqui, com a mesma cruz do descobrimento, porque quando ela esteve no país, neste 2025, não se dignaram a mostrá-la ao povo potiguar ou sequer usá-la para abençoar o local do início da História do Brasil.
José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil
