
Em resposta ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a presidente Dilma Rousseff disse ontem que a corrupção é “uma senhora bastante idosa” no Brasil e que não existe “qualquer segmento” que esteja acima de qualquer suspeita. Em coletiva de imprensa na sede da Fiesp, em São Paulo, Cunha disse que “a corrupção no Brasil não está no Poder Legislativo, está no poder Executivo”. Em tom de crítica, Cunha comentou que não acusava o governo de conivência com a corrupção, mas por problemas de governança.
“Essa discussão não leva a nada. A corrupção não nasceu hoje, ela não só é uma senhora bastante idosa neste País, como ela não poupa ninguém, ela pode estar em tudo quanto é área, inclusive no setor privado”, rebateu Dilma, em entrevista no Planalto depois de participar de solenidade de sanção do novo Código de Processo Civil. “Agora não vamos achar que tem qualquer que seja, qualquer segmento acima de qualquer suspeita. Isso não existe.”
Ao falar que o dinheiro tem “esse poder corruptor”, Dilma destacou a crise financeira econômica mundial nos anos de 2008 e 2009, marcada por denúncias de fraude bancária. “Nós temos de ter vigilância, instituições, legislação pra impedir que ocorra”, ressaltou a presidente. “O combate à corrupção começa também através de um processo educacional. O fato de você não querer ganhar vantagem em tudo, de você valorizar o trabalho, valorizar a pessoa que conquistou as coisas com seu próprio valor”, observou.
Depois de o Palácio do Planalto patrocinar nos bastidores a investidura do ministro Gilberto Kassab na criação de um novo partido, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que não tem a intenção de isolar a sigla liderada pelo vice-presidente Michel Temer, o PMDB.