
A presidente da Petrobras, Graça Foster, voltou a pedir demissão do cargo nesta quarta-feira (17), mas a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu mantê-la no cargo. É a terceira vez que Foster pede para sair.
Foster chegou a convocar entrevista coletiva para comunicar sua saída, mas Dilma a proibiu de fazê-lo, e Graça Foster aproveitou a presença de jornalistas para afirmar que permanecerá à frente da estatal “enquanto a presidente Dilma quiser”.
O Palácio do Planalto considera que a permanência de Graça Foster mantém Dilma longe do escândalo, e poucos se lembram de responsabilizá-la pelo esquema, iniciado quando era ministra de Minas e Energia e presidente do conselho de administração da Petrobras.
Foster está no centro do furacão alimentado pelo conjunto de denúncias de corrupção, levada na Operação Lava Jato, ordenada pela Justiça Federal, e o “derretimento” das ações da estatal, tanto na bolsa de valores de São Paulo quanto no mercado financeiro norte-americano.
O esquema de ladroagem na Petrobras começou no primeiro governo Lula e somente foi desbaratado em março deste ano, quando o juiz federal Sérgio Moro determinou à Polícia Federal a prisão de doleiros como Alberto Youssef e de figurões como o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Como contou com a ajuda de familiares para tentar apagar rastros do esquema, Paulo Roberto foi preso e, para se livrar e livrar familiares das duras penalidades por tentativa de obstruir a Justiça, acabou por propor um acordo de delação premiada. Suas revelações, acrescidas àquelas prestadas por Youssef, também sob delação premiada, acabou expondo as dimensões até históricas do escândalo.