A equipe econômica está fazendo as contas para anunciar, até o fim de agosto, a revisão das metas fiscais deste ano e de 2018. Já está certo que não há como se limitar aos deficits previstos, de até R$ 139 bilhões e de até R$ 129 bilhões, respectivamente. Cálculos preliminares indicam que, dentro do aperto que se vê nas contas deste ano, com a máquina pública a ponto de parar, o rombo de 2017 deve ficar entre R$ 150 bilhões e R$ 155 bilhões. Se prevalecer uma meta nesse patamar, o governo poderá reduzir um pouco o contingenciamento de R$ 44,9 bilhões e diminuir o estresse por receitas extraordinárias. A previsão é arrecadar algo perto de R$ 20 bilhões com leilões nas áreas de petróleo e de energia elétrica.

 O clima no governo diante dessa situação é de apreensão. Apesar de toda a equipe econômica e de o presidente da República, Michel Temer, terem a exata noção da situação dramática das contas públicas, a ordem é preparar um discurso consistente para quando o anúncio de mudança nas metas for feito. O governo não quer provocar uma onda de desconfiança entre os investidores. Foi justamente o compromisso assumido na figura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de que a atual administração seria responsável do ponto de vista fiscal, que manteve a calma nos mercados mesmo com toda a crise política e a possibilidade de Temer perder o mandato. “Tudo o que não precisamos neste momento é de mais crise”, diz um integrante do círculo mais próximo do presidente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *