Os preços mais altos dos combustíveis no mercado internacional e o fortalecimento recente do dólar frente ao real aumentaram a defasagem da Petrobras na comercialização de combustível para o maior nível em quase um ano, de acordo com cálculos de um órgão especializado. Essa defasagem entre os preços internacionais e os domésticos é uma das causas das dificuldades financeiras da estatal.
A diferença entre a cotação da gasolina vendida no Brasil pela Petrobras e a comercializada no exterior passou de 17,9% em 2 de julho para 25,3% em 9 de julho, maior patamar desde 28 de agosto de 2012, quando o índice era de 32%, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (Cbie).
Já a diferença da cotação do óleo diesel passou de 18,9% em 2 de julho para 21,7% no dia 9, de acordo com o Cbie, que calcula periodicamente as diferenças entre os preços prati-cados no mercado doméstico e no internacional levando em consideração os valores nas refinarias do Golfo do México, utilizados como referência, e a taxa de câmbio.
Dessa, forma, considerando a atualização mais recente dos dados, tanto para o diesel quanto para a gasolina, os reajustes de preços concedidos pela Petrobras foram anulados, dada a ampliação da defasagem, que está influenciada pela desvalorização do real e, também, pela elevação dos preços dos combustíveis no Golfo do México.