O Ministério Público Federal (MPF) apresentou essa quinta-feira (4) à 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília quatro denúncias relacionadas às investigações da Operação Cui Bono, que apura irregularidades em operações da Caixa Econômica Federal em troca de pagamento de propina.

Entre os denunciados estão o ex-ministro Geddel Vieira Lima, os ex-deputados e presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, o operador Lúcio Funaro e o ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto. (Veja ao final da reportagem o que dizem os alvos da denúncia)

Eles são acusados dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Os procuradores pedem condenação ao pagamento de mais de R$ 3 bilhões por reparação de danos.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima está preso desde setembro de 2017 no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Em uma operação da Polícia Federal, foi encontrado um bunker em Salvador atribuído ao ex-ministro. No apartamento, havia R$ 51 milhões guardados em malas.

Eduardo Cunha está preso desde outubro de 2016. Atualmente, está no Complexo Médico Penal, em Pinhais (PR), na região Metropolitana de Curitiba.

O ex-presidente da Câmara já foi condenado a 15 anos de prisão pelo juiz Sérgio Moro, por receber propina em contrato da Petrobras para a exploração de petróleo no Benin, na África. Em novembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) diminuiu a pena do ex-deputado para 14 anos e 6 meses de prisão.

Em outro processo, Cunha foi condenado a 24 anos e 10 meses de prisão na operação Sépsis, que apurou desvios na Caixa Econômica. Neste mesmo caso foi condenado por lavagem de dinheiro o ex-ministro e presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves.

Alves chegou a ficar preso em meio às investigações da Operação Manus, mas atualmente está em liberdade.

De acordo com o MPF, foram identificados repasses que somam R$ 89,5 milhões a Eduardo Cunha de 2011 a 2015, além de R$ 17,9 milhões a Geddel Vieira Lima de 2012 a 2015 e R$ 6,7 milhões a Henrique Alves de 2012 a 2014.

As denúncias estão relacionadas a operações de créditos para os grupos Marfrig, Bertin, J&F Grupo BR Vias e Oeste Sul Empreendimentos Imobiliários. Parte das acusações refere-se ainda a duas operações com recursos do FI-FGTS.

Segundo as investigações, a estrutura que dava suporte à prática das irregularidades no banco era sustentada por três frentes: o grupo empresarial, o de empregados públicos que operavam na Caixa e no FGTS e o grupo político e de operadores financeiros.

Fonte: G1RN

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