COQUEIRO, O TREINADOR –

 Em épocas passadas, o nosso futebol contava com times que, apesar de simples, pequenos, até hoje são lembrados com muita saudade e boas recordações. Um deles é o Clube Atlético Potiguar (CAP), rubro negro, uma homenagem às  belas cores da agremiação náutica — o Sport.

O Clube pertencia ao admirado e inesquecível  João Cláudio de Vasconcelos Machado ( João Machado, 1914—1976).

Dos seus muitos treinadores, um ficou  e marcou história no time de João: a figura folclórica do ex-jogador da equipe do Riachuelo Atlético Clube (RAC), de codinome Coqueiro, ex-marinheiro, tatuado e cheio de gírias (raridade na época).

Marcou época na cidade quando o seu time ficou conhecido como o “Moleque Travesso”, devido aos bons resultados obtidos contra os grandes e poderosos esquadrões do campeonato da cidade.

Não era um grande estrategista de futebol, porém, usava muito da sua “psicologia de ex-marinheiro” e, um exímio retranqueiro.

De muitas de suas tiradas, lembro bem de duas: a presença sempre frequente de uma  pequena bolsa preta debaixo do braço. Dizia ele que era para guardar  “o mio” — alimento essencial para alimentar  os meninos antes do jogo; como dava resultado, haja correria! A segunda era quando tinha de substituir, por contusão, um dos seus bons atletas por um meia boca: olhava com desdém para o banco de reserva e fixava o olhar no jogador suplente  e dizia: vai tu, só tem tu mesmo!

Grande Coqueiro!

 

 

Berilo de CastroMédico e Escritor –  [email protected]

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