/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/j/5/yTvBmSTTS0KUn9eE8wfw/desenho-ia.jpg)
Buscar no “Doutor Google” ou perguntar a uma ferramenta de inteligência artificial o que pode estar por trás de um sintoma físico se tornou um hábito comum — mas nem sempre inofensivo.
Médicos e pesquisadores alertam que essa prática, embora pareça conveniente, pode gerar diagnósticos errados, atrasar tratamentos importantes e até desencadear crises de ansiedade, especialmente em quem já é mais vulnerável emocionalmente.
Um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Illinois, nos Estados Unidos, mostra que ferramentas como o ChatGPT podem produzir respostas imprecisas ou sem base científica — o que os especialistas chamam de “alucinações”. Este é apenas um dos riscos no uso descontextualizado da tecnologia no campo da saúde.
Abaixo, nesta reportagem, o g1 ouviu profissionais de saúde para entender os riscos desse comportamento e reunir orientações essenciais sobre como fazer buscas seguras na internet. Antes dos detalhes, veja um resumo com as dicas em 10 pontos:
- Não faça autodiagnóstico pela internet: Mesmo que pareça prático, buscar a causa de um sintoma no Google ou na IA pode levar a conclusões erradas e prejudiciais.
- Não confie cegamente nas respostas da IA: Ferramentas como o ChatGPT constroem respostas com base em padrões de linguagem e podem apresentar alucinações — ou seja, inventar informações sem base científica.
- O Google também pode induzir ao erro: Os resultados variam muito e vão desde causas inofensivas até doenças graves. Isso pode provocar tanto descuido quanto pânico desnecessário.
- Diagnóstico envolve julgamento clínico — e isso a IA não tem: Ferramentas digitais não substituem o olhar médico, o exame físico e a escuta qualificada, que envolvem relação humana e interpretação contextual.
- A internet pode ser gatilho para crises de ansiedade: Pessoas com transtornos de ansiedade podem ser especialmente afetadas ao buscar explicações para um determinado sintoma, somatizando sintomas ou desenvolvendo novos por sugestão mental.
- O risco de subestimar ou superestimar sintomas é real: Uma IA pode dizer que algo é simples quando é grave — ou vice-versa. Em ambos os casos, a saúde do paciente pode ser comprometida.
- Use a internet com responsabilidade e senso crítico: A consulta a fontes confiáveis pode ajudar a compreender diagnósticos ou tratamentos após a avaliação médica, nunca como substituição.
- Médicos também usam IA — mas com base científica: Profissionais podem empregar ferramentas para ler artigos ou apoiar decisões, mas sempre com respaldo técnico e experiência clínica.
- Discuta o que encontrar online com seu médico: Caso encontre algo relevante em sua pesquisa, leve à consulta. O debate pode ser produtivo — desde que haja confiança no profissional.
- Busque sempre fontes oficiais e confiáveis: Para minimizar o risco de desinformação, acesse apenas sites médicos reconhecidos, institutos de pesquisa e órgãos públicos de saúde.