1- As caixas-pretas do O Boeing 737 – 800 Max, avião que caiu após decolar da capital da Etiópia, Adis Abeba, chegaram a Paris, para análises. 50 países adotaram, por precaução, restrições ao uso da aeronave, inclusive, encontro-me no aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, para viajar aos EUA e me encontrar com um dos diretores da empresa Boeing, para tratarmos de como prosseguir a produção dessas peças, para um desses aviões (Boeing 737 – 800 Max). A Etiópia, que não tem um laboratório de análises, confiou o exame das caixas-pretas ao Escritório de Investigação e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França (BEA, na sigla em francês). Os equipamentos chegaram nesta quinta à capital francesa. O órgão público francês já indicou que a divulgação de informações sobre a investigação ficará a cargo da Ethiopian Airlines, segundo a France Presse. Anteriormente, a Alemanha tinha informado que não poderia analisar as caixas-pretas por não dispor dos meios técnicos necessários. O que vem chamando atenção é que de início, por iniciativa própria, Ethiopian Airlines e a Lion Air e o governo da Indonésia, decidiram parar com os voos do modelo da aeronave em questão e a Boeing informou que não havia nenhum motivo para interromper com os voos destes aviões. Entretanto, muitos países seguiram o exemplo, inclusive a Gol no Brasil, os países europeus também interromperam o uso da aeronave, não restou dúvida então a Autoridade Federal da Avião dos Estados Unidos da América, proibiu também os voos nos EUA com a aeronave 737 Max. A Boeing solicitou que a agência recomendasse ao mundo inteiro a interrupção dos voos com o 737 MAX – e não apenas aos EUA. A empresa escreveu que os modelos não devem voar enquanto durarem as investigações, medida que considera “zelo em excesso para assegurar a segurança da aeronave ao público”. “A Boeing continua a ter total confiança na segurança do 737 MAX”, diz o comunicado. No entanto, vários pilotos americanos relataram incidentes com esses aviões, daí a decisão de parar tudo.
2- Encontrava-me já no aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, em direção aos EUA onde me encontraria com o um dos engenheiros, John Smith, da empresa Boeing, para saber se iríamos continuar com as produções das peças para o avião Boeing 737- 800 MAX, realizadas na fábrica israelense que eu dirijo; uma vez que os voos destas aeronaves foram suspensos. Recebi um telefonema que pedia para que eu tivesse o cuidado em abrir o abrigo da fábrica, para caso houvesse um ataque a Israel, os operários pudessem se refugiar nos abrigos. Como milha filha está prestando serviço militar obrigatório aqui, eu desisti da viagem e fiz o diálogo por vídeo conferência. Pouco tempo depois, o que foi alertado, se concretizou. Foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Tel Aviv, um deles caiu no mar e outro em um terreno baldio, então de imediato, o gabinete do Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu, se reuniu e decidiu atacar bases do Hamas. Foram mais de cem alvos destruídos e às 7h da manhã, quatro foguetes foram disparados da cidade de Sderot, no sul de Israel, bem como os assentamentos de colônias em Shara Negev, que também fica naquela região. Por enquanto, ainda não há feridos ou prejuízos relevantes e isso, talvez graças ao Domo de Ferro, que abateu três dos foguetes lançados da Faixa de Gaza. Já pelo lado do Hamas os prejuízos foram enormes porque a Força Aérea Israelense destruiu uma fábrica de foguetes e o centro de desenvolvimentos de drones do Hamas. As escolas e creches permanecerão fechadas durante o dia de hoje e a rodada de violência começou ontem, sem data para terminar.
Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)
