Embora a imprensa israelense não tenha divulgado que o Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deverá comparecer a cerimônia de posse do presidente eleito brasileiro, Jair Bolsonaro, no próximo dia 1º de janeiro de 2019, o próprio Netanyahu confirmou sua ida. Após ter parabenizado o candidato vencedor do pleito eleitoral brasileiro, o Primeiro Ministro afirmou que estará presente na cerimônia de posse. Caso Benjamin Netanyahu vá ao Brasil, o que é muito provável, será a primeira vez que um Primeiro Ministro israelense visita o país. A pouco mais de um ano, em setembro de 2017, Netanyahu esteve alguns dias na América Latina em que incluiu a Argentina, Colômbia e México em sua agenda, preferindo a visita ao Brasil para depois das eleições presidenciais. Outro aspecto que a imprensa ainda não divulgou, mas era sabido foi que na mesma conversa telefônica entre os chefes de estado, Netanyahu convidou Bolsonaro para visitar Israel e recebeu do capitão reformado a promessa de que iria sim, esperando apenas melhoras na sua saúde. Benjamin Netanyahu disse ainda que a eleição de Bolsonaro vai trazer uma grande amizade entre os dois povos e estreitamento dos laços entre Brasil e Israel. Pelo Facebook, Bolsonaro registrou a conversa com Netanyahu afirmando que os laços de amizade se traduzirão em acordos onde os dois povos serão os maiores beneficiados. Ainda de acordo com o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, essa conversa entre os dois líderes foi mais que amigável, foi uma conversa excelente e aberta entre amigos. Há dois anos e meio, os dois líderes se encontraram em Israel, mas era possível perceber que entre eles havia um calor que ia além de uma mera conversa de cortesia, foi possível sentir que havia uma química. A possível questão da mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo a medida do presidente norte-americano Donald Trump, não foi levantada, mas a certa expectativa de que essa medida seria tomada no futuro. O embaixador também visitou Jair Bolsonaro horas depois da vitória nas urnas e contou pra ele que Netanyahu brincou dizendo que seu filho também se chama Jair e que não há dúvida que haverá uma mudança no relacionamento entre Brasil e Israel. Relação está que inclusive chegou a ter  graves divergências em 2014, durante o conflito entre Israel e grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, em que o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, chamou o embaixador brasileiro em Tel Aviv de volta ao Brasil, em reação o então chanceler Israel quase classificou o Brasil de anão diplomático. Em 2015 o governo de Dilma Rousseff não aceitou as credenciais do candidato a embaixador de Israel em Brasília, Dani Dayan, a motivação teria sido o fato de Dayan ter liderado em 2007 a 2013 uma associação de 500 mil colonos israelenses na Cisjordânia. Vale salientar que no governo de Lula, o então presidente brasileiro, em visita a Israel se recusou a colocar uma coroa de flores no túmulo do pai do Sionismo, Theodor Herzl e causou um certo mal estar, por outro lado Lula aceitou colocar flores no túmulo do ex-presidente palestino, Yasser Arafat, que foi considerado um terrorista pelo mundo Ocidental.

 

Mário Roberto Melo – (Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)

 

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