O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, cancelou o acordo de realocação dos imigrantes africanos que havia feito com a ONU. O comunicado foi anunciado nesta terça-feira (3), pelo que já gerou muitos protestos em Tel Aviv pela decisão em voltar atrás perante um assunto tão delicado. Netanyahu ouviu cuidadosamente os muitos comentários sobre o acordo e como resultado, após pensar melhor, segundo ele, e de medir as vantagens e desvantagens, decidiu cancelar o que tinha dito perante a ONU que permitiria cerca de 37 mil imigrantes receberem o visto temporário para que posteriormente a metade desses imigrantes fosse realocada em outras nações no futuro. A maioria desses imigrantes são oriundos do Sudão e da Eritreia. Benjamin Netanyahu voltou atrás horas depois de ter assinado, pelo que escreveu em uma rede social que iria paralizar sua implantação. Segundo os especialistas no assunto a decisão de cancelar os termos firmados veio após um encontro com os moradores do sul de Tel Aviv que são terminantemente contra acolhê-los nessa região, já que após a chegada dos africanos o número de furtos e estupros nessa área de Tel Aviv, que praticamente não conhecia esse tipo de violência, vem se transformando em calamidade pública. Também o governo de Netanyahu vem sofrendo pressão de sua própria base eleitoral para expulsar os imigrantes, que aliás já existe um processo de deportação de diversos destes para Ruanda, mas a Suprema Corte do país interrompeu a ação.
(Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv, Israel)