A Operação Lava-Jato, embora não tenha não tenha participado diretamente, neste caso do empresário israelense, mas foi por meio dela que o processo atravessou as fronteiras. A polícia peruana capturou um empresário israelense por supostamente ter participado em subornos para que a empresa brasileira Odebrecht ganhasse uma licitação de obra no Peru. O empresário israelense Gil Shavit foi detido pela polícia anticorrupção no aeroporto Jorge Chávez quando tentava sair do país. Sua detenção faz parte de uma investigação do Ministério Público sobre os supostos pagamentos de subornos da Odebrecht, em troca da obtenção de licitações para obras públicas no Peru. Shavit é acusado de ter facilitado uma licitação para Odebrecht do projeto viário Costa Verde del Callao, uma via rápida de cinco quilômetros construída em um trecho da costa da baía de Lima. O israelense foi citado pelo MP para testemunhar sobre sua relação com o ex-presidente Alejandro Toledo. Os investigadores procuraram na residência do governador da província documentos que comprovem essas supostas irregularidades. Toledo é acusado de ter recebido um suborno de US$ 20 milhões para outorgar à empresa brasileira a concessão da construção da rodovia interoceânica, entre Brasil e Peru, inaugurada em 2006. Um juiz pediu prisão preventiva de 18 meses para Toledo, que mora na Califórnia, nos Estados Unidos, onde trabalha como pesquisador na Universidade de Stanford. O Peru trabalha em sua extradição há mais de um mês.
(Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv)
