2017 não começou nada bem para Benjamin Netanyahu, após a aprovação dos EUA com relação a resolução da ONU em condenar os colonos israelitas na Cisjordânia, a procuradoria geral de Israel anunicou que o Primeiro Ministro será investigado por suspeita de corrupção e fraude. O procurador geral, Avichai Mandelblit, ordenou a investigação após colher informações em um inquérito sob sigilo total foi conduzido nos últimos nove meses pela polícia israelense. Pelo que se foi presumido, Netanyahu aceitou subornos e cometeu fraude agravada, esta notícias chegou ao politico israelense na última quarta-feira (28), ao final do dia, após uma semana de derrotas e humilhações para o Chefe do Executivo hebraíco, que na véspera de natal viu seu grande aliado, os EUA, abstersse pela primeira vez em uma votação da ONU, ao condenar os judeus pela ocupação do território palestino, o que permitiu que a resolução fosse aprovada sem qualquer veto ou voto contra.
Horas antes da procuradoria geral ter anunciado que Netanyahu será investigado em dois casos separados, um relacionado com doações de sua campanha eleitoral e outro com relação a acordos do ministério da defesa para comprar submarinos alemãos, o Primeiro Ministro fez novos ataques a administração de Obama, por John Kerry, ministro de estado dos EUA, ter defendido a postura na votação do Conselho de Segurança da ONU. A votação nas Nações Unidas tinha sido suspensa pelo Egito que apresentou resolução após o executivo de Israel ter contactado o presidente eleito nos EUA, Donald Trump, para lhe pedir que impedisse que o documento fosse apresentado no conselho em questão. Quatro países, dentre eles a Nova Zelândia e a Venezuela, decidiram avançar com a votação, desta forma, Israel ficou isolada na cena internacional. Irado, o Primeiro Ministro israelense convocou os embaixadores nos 12 países presentes no conselho e anunciou cortes no financiamento da ONU, como já havia sido noticiado antes por aqui.
As relações diplomáticas entre Benjamin Netanyahu e Barack Obama nunca foram boas e se tornaram péssimas nessas últimas semanas de governo do presidente americano. A sorte do líder do executivo de Israel deve mudar com a chegada de Donald Trump, que toma posse no dia 20 de janeiro, e garantiu que irá cortar o financiamento da ONU em reação a decisão contra Israel e que irá fazer de tudo para reverter essa medida nas Nações Internacionais que classificou em uma postagem no Twitter como sendo: “um clube para as algumas pessoas passarem bons momentos”, entretanto, Netanyahu deu um passo sem precedente ao acusar diretamente Obama de “orquestrar” a resolução contra os colonos.
O Primeiro Ministro israelense esta muito confiante, bem como baseado nas últimas palavras do representante diplomático americano, o advogado David Friedman, que já disse que pretende mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém, que sem dúvida nenhuma, vai “ensombrar” ainda mais as possibilidades de alcançar uma resolução pacífica para o longo conflito. Horas depois de ter reagido ao discurso de John Kerry, o porta-voz do chefe do governo judeu foi forçado a emitir um outro comunicado em relação ao anúncio da investigação criminal a Netanyahu. O Primeiro Ministro disse que tudo não passava de um disparate, que a esquerda desde a última derrota nas últimas eleições vem tentando com elementos hostis, bem como falsas acusações contra ele e sua família. “Nunca houve nada, nem nunca vai haver”, concluiu o porta-voz do governo. Casos as denúncias sejam confirmadas e o Primeiro Ministro for condenado ele não só poderá deixar o governo como também ser preso, a exemplo do colega que ainda se encontra na cadeia, o ex-primeiro ministro Ehud Olmert.
(Mario Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv)
