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Os passageiros de ônibus estão sofrendo com os veículos lotados durante os trajetos no dia a dia em Natal. Nas últimas semanas, com o crescimento dos casos de Covid-19 e alta lotação dos leitos de UTIs em todo o estado, os que precisam usar diariamente ou até eventualmente o transporte público temem o risco de contaminação.
“Ter medo a gente tem, mas na situação que a gente está tem que enfrentar esses ônibus lotados de todos os dias. É muito complicado, mas mesmo assim a gente tem que enfrentar e ir”, disse a gerente de loja Crysline Ariel, que está grávida de quatro meses, e pega diariamente ônibus no bairro Alecrim, na Zona Leste de Natal.
A principal dificuldade relatada pelos passageiros é no horário de pico. Eles acreditam que o que contribui para a lotação é a insuficiente quantidade de ônibus que passam nesses horários.
“É uma dificuldade tremenda isso aí. Seria muito bom que as autoridades tomassem uma providência, mas não tem jeito, é hora de pico, ônibus lotado. É um risco muito grande pra nós“, disse o aposentado Jessé Arthur de Oliveira, de 70 anos.
“A demora dos ônibus está muita. E isso causa medo. Tem muitas pessoas idosas e muitas outras pessoas que precisam pegar o ônibus. Mas precisa ter um distanciamento. Muitas pessoas necessitam de um hospital, de alguma coisa, e precisam pegar um transporte. E as linhas são muito poucas”, falou o recepcionista Alexandre Lobato.
Mesmo quem precisa pegar eventualmente o transporte também reclama da falta das medidas sanitárias necessárias para prevenir o contágio pelo coronavírus.
“O prefeito deveria botar mais linha para o povo que está trabalhando, que adquire transporte. Eu mesmo procuro não sair de casa, para evitar, só para ir ao médico mesmo. E o necessário. Mas quem precisa, tem que ter mais linha mesmo, com certeza”, disse a comerciante Ivanildes Gomes.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Natal (Seturn) admite que o principal problema está nos horários de pico. Apesar disso, o consultor técnico do Seturn, Nilson Queiroga, garante que o incremento de algumas linhas nesses horários não vai resolver a situação. “Já aumentou e não resolveu. Não vai resolver. Não é a solução aumentar ônibus”, disse.
Para Queiroga, há a necessidade de restringir o uso nos horários de pico. “É restringir o uso no horário de pico. Resolve o problema. É um decreto e amanhã já não vai ter. É imediato. Por que não toma essa medida? Aumentar não resolve o problema. É no Brasil todo. Tem que restringir o uso e escalonar os horários das repartições“, disse.
Já o secretário municipal de Mobilidade Urbana (STTU), Paulo César Medeiros, vê exatamente o aumento na frota nos horários de pico como solução. O titular da STTU disse que já há um projeto para melhoria desse cenário e que a pasta vai explicar aos representantes do Seturn essas propostas em uma reunião na tarde desta quarta-feira (3).
“Hoje nós vamos fazer uma chamada com o Seturn e explicar o que a gente pensou e está adotando. A gente tem absoluta certeza que mais viagens no horário de pico melhorará muito“, disse Paulo César Medeiros.
“É óbvio que isso sozinho não resolve. A gente também fez esse desencontro dos horários de início de expediente, que também esperamos que tenha um efeito muito bom sobre essa aglomeração”, falou.
No início da tarde desta quarta-feira (3), o prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), marcou uma reunião com a equipe da STTU para discutir a questão.
Natal amplia horário do comércio
A prefeitura de Natal republicou nesta quarta-feira (3) o decreto feito no último sábado (27) e ampliou o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais na capital. Os comércios de rua receberam autorização para funcionar até duas horas a mais, em relação ao decreto anterior. Shoppings e supermercados também poderão abrir uma hora mais cedo, conforme o novo decreto.
Veja o que diz o decreto:
- O comércio “de porta para a rua”, as galerias comerciais e os centros comerciais podem abrir das 8h às 18h todos os dias da semana.
– O que mudou: aumento de duas horas. Decreto anterior previa funcionamento das 9h às 17h de segunda a sexta e até às 13h no sábado. - Supermercados, hipermercados e atacarejos podem funcionar das 6h às 22h, todos os dias da semana
– O que mudou: aumento de uma hora, em relação ao decreto anterior, que previa abertura às 7h - Shopping centers, bem como suas respectivas praças de alimentação, podem funcionar das 9h às 21h todos os dias
– O que mudou: aumento de uma hora em relação ao decreto anterior, que previa abertura às 10h - Serviços de escritório, apoio administrativo, serviços imobiliários, de seguros e demais atividades de serviços deverão iniciar suas atividades às 8h30, com encerramento às 18h30, de segunda-feira a sexta-feira.
– O que mudou: Não constava no decreto anterior - Restaurantes, pizzarias, lanchonetes, bares, food parks e similares poderão abrir e funcionar a partir das 11h, com o encerramento do atendimento ao público às 22h e fechamento de suas atividades operacionais até, no máximo, as 23h.
– O que mudou: Nada. - O decreto ainda mantém a proibição de venda de bebidas alcoólicas entre as 22h e 6h, todos os dias da semana, inclusive nos supermercados e nas lojas de conveniência.
Fonte: G1RN