
O Partido Verde da Alemanha espera repetir nas eleições deste ano no país o desempenho que teve na votação para o Parlamento Europeu, quando ficou em segundo, com mais de 20% dos votos, e, assim, ter mais poder para negociar suas pautas em um novo governo, diz a eurodeputada Anna Cavazzini, em entrevista ao Portal G1.
Hoje, a chapa tem menos de 10% do assentos no Bundestag (nome do Parlamento alemão).
Cavazzini faz parte da comissão de negociação com o Brasil no Parlamento Europeu, e tem defendido que o acordo entre o bloco e o Mercosul não deve ser ratificado como está.
A Alemanha é o grande país europeu mais propenso a ratificar o acordo comercial entre os dois países, mas os verdes consideram que é preciso mudar pontos fundamentais, afirma ela.
O acordo ganhou projeção com a cobertura da mídia e com a rejeição de Emmanuel Macron, da França, que considera que é preciso mudar o texto.
Eleições na Alemanha
As eleições gerais na Alemanha estão marcadas para 26 de setembro. O partido favorito para obter a maior bancada é a União Cristã Democrática (CDU), da atual líder Angela Merkel.
No dia 15 de janeiro, a CDU escolheu seu líder, que será o substituto de Merkel se as previsões se confirmarem: Armin Laschet, um aliado da atual chanceler.
A eurodeputada Cavazzini diz que o Partido Verde não exclui a possibilidade de acordo com a CDU para formar uma maioria parlamentar, se for o caso, mas que a CDU precisa definir mais claramente quais são suas políticas ambientais.
“As pessoas estão mais preocupadas com o ambiente porque começam a sentir os efeitos das mudanças climáticas, e isso ajuda [eleitoralmente] o PV”, diz ela.
Essa preocupação dos eleitores alemães inclui, ela diz, o que acontece com as queimadas e desmatamentos no Brasil.
Cavazzini afirma que observou a campanha de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos. “A volta ao Tratado de Paris é muito interessante, e ele [Biden] já mencionou a Amazônia. Espero que possamos nos juntar aos EUA para tentar resolver o problema que temos no Brasil e melhorar a proteção da Amazônia, mas não de uma forma neocolonial, e, sim, de uma forma conjunta”, disse.
Fonte: G1