A Colômbia terminou um contrato US$ 850 milhões com o consórcio Navelena, liderado pela Odebrecht, para a recuperação da navegabilidade do rio Magdalena, informou o governo colombiano na quinta-feira (12), acrescentando que irá lançar uma nova licitação e transferir a obra para outra empresa.
“Estamos cumprindo com o país com a assinatura no dia de hoje desta liquidação tão esperada do contrato com o Navelena, para poder assim avançar com decisão para a transferência para um novo projeto de recuperação do nosso rio Magdalena”, disse a jornalistas Alfredo Varela De la Rosa, diretor da agência responsável pela administração do Rio, a Cormagdalena.
O governo da Colômbia havia declarado o contrato nulo em abril, mas só conseguiu assinar o ato de liquidação bilateral quase seis meses depois.
A anulação do contrato foi determinada depois que a Odebrecht, que tinha 87% do consórcio Navelena, não conseguiu apresentar garantias financeiras para desenvolver o projeto nem transferir sua participação para outra empresa, em meio a acusações de corrupção na Colômbia e em outros países da América Latina após a deflagração da operação Lava Jato no Brasil.
Na Colômbia, a Odebrecht é acusada de ter feito pagamento de propina de mais de US$ 27 milhões para a obtenção de contratos públicos, o que levou à prisão ex-funcionários públicos e políticos, além de ter respingado nas campanhas do presidente Juan Manuel Santos em 2010 e em 2014.
A Odebrecht é investigada por pagar propina para garantir o contrato de um trecho da estrada Ruta del Sol II. As obras também são acusadas de descumprirem licenças ambientais. O ex-ministro de Transportes, Gabriel Garcia Morales, foi preso por receber US$ 6,5 milhões em propina.
Outras 10 pessoas estão detidas, 3 têm pedido de prisão e mais 7 são investigados. A construtora perdeu o contrato e devolveu, até o momento, 32 bilhões de pesos colombianos (cerca de US$ 10,8 milhões). Investigações apontam que o pagamento de propina pode ter chegado a US$ 42 milhões (124 bilhões de pesos colombianos).
A obra pela qual a Odebrecht investigada é a concessão do trecho entre Ocaña e Gamarra, da estrada Ruta del Sol II. A via é estratégica para o comércio no nordeste colombiano, porque conecta transportes multimodais da região até o mar do Caribe. A concessão inclui a construção de 600 km de estradas com pista dupla, que liguem o centro do país à costa atlântica, entre as cidades de Puerto Salgar (Cundinamarca) e San Roque (Cesar), um projeto ainda não concluído.
Além das acusações de propina para conseguir a licitação da estrada, as obras também são investigadas por descumprimentos de licenças ambientais emitidas pela Autoridade Nacional de Licenças Ambientais. Entres os crimes delatados, estão caixa 2, lavagem de dinheiro, suborno, tráfico de influência e manipulação de pesquisas eleitorais.
US$ 11 milhões, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Mas investigações já apontam que o valor pode ultrapassar os 124 bilhões de pesos colombianos, cerca de US$ 42 milhões, quase quatro vezes o valor informado.
O contrato de concessão da estrada foi cancelado. Como consequência, as obras de construção da rodovia foram interrompidas e diversos trabalhadores foram demitidos. A empresa está temporariamente impedida de disputar contratos de obras públicas locais.
Fonte: G1
