A China respondeu rapidamente nesta quarta-feira (4) aos planos do presidente nore-americano Donald Trump de adotar tarifas sobre US$ 50 bilhões em bens chineses, retaliando com uma lista de taxas similares sobre importações dos Estados Unidos como soja, aviões, carros, uísque e produtos químicos.
“Qualquer tentativa de colocar a China de joelhos com ameaças e intimidações nunca terá êxito. Tampouco terá êxito desta vez”, afirmou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang.
A decisão é simbólica porque até agora Pequim não havia anunciado medidas contra produtos vitais da economia americana, como a soja ou os automóveis. Um terço da produção de soja americana é vendido para a China (US$ 14 bilhões no ano passado).
A velocidade com que a disputa comercial entre Washington e Pequim está ganhando força – o governo chinês levou menos de 11 horas para responder com suas próprias medidas – levou a uma forte liquidação nos mercados acionários e de commodities.
Os investidores se questionam se uma das piores disputas comerciais em muitos anos pode agora se tornar uma guerra comercial em larga escala entre as duas maiores potências econômicas do mundo.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,19%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,15%. Os mercados acionários da China permanecerão fechados na quinta e sexta-feira por conta do feriado do Dia de Limpeza dos Túmulos, que comemora e reverencia os antepassados.
“O pressuposto era de que a China não responderia agressivamente demais e evitaria aumentar as tensões. A resposta da China é uma surpresa para algumas pessoas”, disse Julian Evans-Pritchard, economista sênior da Capital Economics, lembrando que nenhum dos dois lados falou ainda em aplicação das tarifas.
Fonte: G1
