O MAIOR ABANDONADO – Violante Pimentel

O MAIOR ABANDONADO – A festa na casa de Rita e Eudo, em Nova-Cruz (RN), num dia de sábado, começou ao meio dia. Era o aniversário do dono da casa. Vários amigos e familiares foram convidados. Dona Leide e Seu Vítor, exímio violonista, tinham chegado de Natal, para prestigiar o aniversário do filho. A família […]

FARRAPO – Violante Pimentel

FARRAPO – Farrapo era o apelido de João Batista, um garoto órfão de pai e mãe, criado por parentes muito pobres. Suas roupas eram verdadeiros farrapos, dados por alguma alma caridosa. Por isso, os colegas lhe deram esse apelido. Muito criança ainda, Farrapo se acostumou a sair de casa todas as manhãs, para mendigar o […]

A DEVOÇÃO – Violante Pimentel

A DEVOÇÃO – Antigamente, nas Escolas Públicas, uma vez por semana havia uma “hora cívica”, antes do início das aulas. A Diretora se reunia no pátio da escola, com os professores e todos os alunos. Havia o hasteamento da Bandeira Brasileira e todos cantavam o Hino Nacional, com a mão no coração. Uma das matérias […]

O CAMPEÃO – Violante Pimentel

]O CAMPEÃO – Décadas atrás, em Natal, na descida do Baldo, um pequeno grupo de boêmios gostava de se reunir na calçada de uma bodega muito simples, onde só havia uma mesa velha e algumas cadeiras. No começo, eram poucos frequentadores, mas depois houve outras adesões. Os novatos sentavam-se até em caixotes vazios. Não queriam […]

UM PEDAÇO DE CARNE – Violante Pimentel

UM PEDAÇO DE CARNE – Madalena era uma mulher muito pobre, que tinha uma mãe paralítica para sustentar e uma irmã retardada mental. Muito sofrida, tinha sido prostituta no tempo da II Guerra, chegando a ganhar muito dinheiro dos americanos, que permaneceram em Natal, durante algum tempo. Como era feiosa, muito alta e desengonçada, além […]

O PALHAÇO – Violante Pimentel

O PALHAÇO –  Ruth se apaixonou pelo Circo Nerino, ainda criança. Todas as vezes em que esse fantástico Circo vinha ao Recife,  seus pais a levavam para assistr aos belos espetáculos de palco e picadeiro, com acrobatas, trapezistas, palhaços, além dos belos animais. O “Circo Nerino” nunca saiu da sua cabeça. Mais de vinte anos […]

O RIRRI – Violante Pimentel

O RIRRI –  A história do zíper, fecho éclair ou simplesmente “fecho”, começou em 1893, na Exposição Mundial de Chicago, nos EUA, onde esse objeto deslizante, para fechar e abrir roupas, foi apresentado pela primeira vez. Tratava-se de uma versão primitiva do dispositivo, com minúsculos ganchos e argolas, desenvolvida pelo engenheiro americano Whitcomb Judson. Cansado […]

O JOGO – Violante Pimentel

O JOGO –  Cena ocorrida pelos caminhos do século passado, meados da década de 60. Numa cidade do interior nordestino, Seu Messias, comerciante e religioso fanático, sabia a Bíblia decorada, e gostava de pregar o Evangelho a toda hora. Falava difícil e gostava de impressionar os ouvintes, usando sempre palavras desconhecidas, tiradas do dicionário. As […]

XEXÉU – Violante Pimentel

XEXÉU –  Alexino, desde menino, por ser muito briguento, foi apelidado de XEXÉU. Tornou-se um rapaz bonito, boêmio e seresteiro, dono de uma belíssima voz. Por causa disso, continuou sendo chamado de Xexéu, pássaro de canto melodioso, que, facilmente, pode ser confundido com um coral de vozes harmoniosas. Xexéu era um conquistador nato. As mulheres […]

O PNEU FURADO – Violante Pimentel

O PNEU FURADO –  Na década de 60, Tarcilda, uma balzaquiana, foi passar alguns dias na casa de uma tia, no interior do Rio Grande do Norte, incluindo as festas de final de ano. Dessa vez, já com trinta anos, a moça foi disposta a arranjar um namorado, para fins de “um relacionamento sério”. Era […]

A PROMESSA – Violante Pimentel

A PROMESSA –  São Severino dos Ramos (ou São Severino do Ramo) é uma imagem devocional católica, centro de um importante culto religioso, em alguns estados do Nordeste do Brasil, como Pernambuco e estados vizinhos. A estátua em tamanho natural, cuja origem é incerta, representa São Severino de Nórica, deitado e vestido em trajes de soldado […]

O ESTRESSE – Violante Pimentel

O ESTRESSE –  O esgotamento nervoso, ou estresse, é uma constante na sociedade atual, principalmente na chamada classe média. A insegurança administrativa e financeira, em que vivem os servidores públicos e empregados de empresas privadas deixa-os em suspense, vendo a hora o Governo lhes puxar o tapete e  jogá-los na rua da amargura, contando seus […]

O LENHADOR – Violante Pimentel

O LENHADOR –  Antônio era um lenhador muito pobre, que todos os dias ia, com a mulher e os quatro filhos, cortar lenha na  floresta. A lenha se destinava a uso caseiro. Sempre traziam alguma caça para alimentação. A família vivia  numa tremenda miséria. . Os filhos eram todos crianças de 7 a 12 anos. […]

O CIRCO – Violante Pimentel

O CIRCO –  No mundo do entretenimento, o circo ocupa uma posição privilegiada entre todas as formas de diversão existentes. Mesmo em tempos de rádio, TV e internet, essa antiga arte ainda atrai a atenção de muitos espectadores. Circulando por espaços da cultura erudita e popular, a arte circense impressiona pela grande variabilidade de atrações […]

OS PASSARINHOS – Violante Pimentel

  OS PASSARINHOS –  Major Enéas, residente em Natal, reformado da Polícia Militar, há três meses, havia recebido de presente de um amigo do interior, uma Graúna e um Sabiá. As gaiolas dos dois passarinhos foram penduradas num pé de Jatobá, que ficava perto da janela do quarto do casal. O Major e a esposa, […]

OS URUBUS – Violante Pimentel

OS URUBUS –  Antigamente, roupa preta era sinal de luto, pela morte de um ente querido. A rainha Victoria, que governou a Inglaterra de 1837 a 1901, foi quem inventou a “moda” do luto. Quando morreu seu marido, o príncipe consorte do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, Francisco Alberto Augusto Carlos Emanuel, ela se […]

O TIMOTE – Violante Pimentel

O TIMOTE –  Apesar de não constar em nenhum dicionário da língua portuguesa, a palavra “timote” faz parte do Dicionário de Gírias Nordestinas de BY MIA, que assim se expressa:  Timote – Diz-se da pessoa que não segue padrões sociais de beleza; sinônimo de horroroso. Variações: atimotado, timotento. Entretanto, no interior nordestino esse vocábulo tem […]

O PIRÃO – Violante Pimentel

O PIRÃO – Nos meados do século passado, em Nova-Cruz não havia água, luz, nem hospital. Certo dia, Seu Silvino, 54 anos, dono de uma mercearia, sofreu uma queda e foi levado para Natal, para ser socorrido. O acidentado quebrou a clavícula e sofreu uma fratura que comprometia o funcionamento da veia Aorta. O diagnóstico, […]

     BURGUESIA – Violante Pimentel

 BURGUESIA –  Burguês, na Idade Média, era o indivíduo que morava nos Burgos, povoados protegidos por muros. Os Burgos surgiram na época da decadência feudal e crescimento comercial e urbano. Os burgueses se preocupavam em acumular bens de capital. Eram os vendedores dos burgos, que depois passaram a ser denominados de comerciantes ou mercadores. Durante […]

O BOBO DA CORTE – Violante Pimentel

O BOBO DA CORTE –  “Bobo da Corte” era o nome que se dava ao “funcionário” contratado pelas cortes europeias, na Idade Média, com a finalidade de divertir o rei, a rainha e seu séquito. Como um palhaço, era considerado cômico, mas, muitas vezes, suas brincadeiras eram desagradáveis, pois apontavam de forma grosseira os defeitos […]