DE UTILIDADE PÚBLICA (EMBORA NEM PAREÇA) – José Delfino

DE UTILIDADE PÚBLICA (EMBORA NEM PAREÇA) – José Delfino Tomei conhecimento que 2017 vai ser campeão de feriados e fins de semanas prolongados. Bem-vindo lazer que aumentará, paradoxalmente, a fadiga dos trabalhadores, dizem os cientistas. O que me remeteu à batalha dos relógios. O de pulso, adereço colado ao punho que gira, em princípio, […]
DA DIFICULDADE DE ENCARAR CADA ANO – José Delfino

DA DIFICULDADE DE ENCARAR CADA ANO – Muito me incomoda falta de liberdade . Faz-me mal a falta de sentimento e noção de dever de estado. Repugna-me o regime totalitário que implica distribuição de pobreza. Nele, a história implacavelmente ensina, uma minoria controla o poder, se locupleta e as pessoas, sob o pretexto de […]
DE FILMES PREFERIDOS – José Delfino

DE FILMES PREFERIDOS – O roteiro adaptado da novela de Harry Gray “The Hoods” expõe de forma não linear a história da máfia judia em Nova York, onde dois chefes de quadrilha acabam por distanciar-se devido a equívocos existenciais . O enredo um quebra-cabeças que, pouco a pouco ao ser montado, exibe sua sequência […]
DE PENSAR – José Delfino

DE PENSAR – Convenhamos, o mundo em que vivemos é um tanto desolador. E a existência um frágil fenômeno aleatório ordenado em nós de acordo com a teoria do caos e serendipidade. Vivemos fartos de tudo: do frio, do calor, da fome, da abundância, da falta; da alegria de ser, da tristeza de estar ou […]
DE DOR E ARTE – José Delfino

DE DOR E ARTE – Poderia parecer pedantismo. A impressão de ostentar erudição afetada e livresca, compartilhar conhecimento não originariamente nosso. Mas quem lê, anota, copia e, fatalmente, pensa no que leu. Alguém já afirmou que somos o único animal que não sabe viver e que possui o privilégio da manipulação dos seus sofrimentos e […]
DE INTERAÇÕES POLÍTICAS E CULTURAIS – José Delfino

DE INTERAÇÕES POLÍTICAS E CULTURAIS – Ouvir bossa nova e jazz seduz a muitos em todo o mundo e tais interações étnicas em sociedades multirraciais ensejam interligações de caráter político-social que propiciam modificações no perfil das pessoas. O ponto comum que faz associarmos, à primeira vista, como genuinamente nossos o café e o futebol […]
DE RUMO – José Delfino

DE RUMO – O nosso ritmo biológico é cego e implacável. A gente nasce, cresce, reproduz, morre e, a rigor, qualquer estética ou estilo cultivado é como um disfarce. O chapéu que esconde o nosso olho. Vivemos a vida (ou deveríamos, pelo menos) e avançamos. Para isto nascemos, crescemos, namoramos, casamos, separamos, casamos de novo. […]
DE INTERAÇÃO NA INTERNET – José Delfino

DE INTERAÇÃO NA INTERNET – Tenho meus hobbies , literatura policial , Shakespeare , Woody Allen , Chico Buarque , Borges , cinema , violão clássico , escrever , fazer poemas , beber , fumar , ser glutão , e conversar sacanagem com os amigos . Se tivesse que ir para uma ilha deserta […]
ARTIGO: José Delfino

DE AMIGOS DO PEITO – Fortuna minha conviver com certas figuras, à vezes lúcidas, às vezes loucas, às vezes lúdicas, ao meu redor. Pessoas que detêm o segredo do controle da sintonia fina da simpatia, da emoção, da piedade, da empatia e da ternura. Não diria que estariam todos no rol dos meus amigos íntimos […]
ARTIGO: José Delfino

DE UM LIVRO DE LEWIS CARROL E SUA RELEITURA – “Alice no País das Maravilhas” e suas várias versões cinematográficas são, a um só tempo tão subjetivas e surreais que, cada leitor ou espectador, deveria atribuir-lhes um sentido próprio, pessoal. Se deixar levar por Alice seria a proposta. E o modo mais fácil, inferi-la a […]
ARTIGO: José Delfino

O MEMBRO DE NAPOLEÃO – Em 5 de maio de 1821 morreu Napoleão, data em que, também, cortaram-lhe o pênis. Amputado horas após sua morte e entregue, numa caixa segundo dizem, ao seu confessor. A amputação teria sido feita pelo médico francês Francesco Antommarchi, um anatomista que pouco entendia de doenças. Foi despachado para ilha […]
ARTIGO: José Delfino

DO ATO DE ESCREVER – Vou tentar lhes explicar. Toda vez que releio qualquer poema meu, bom, quase sempre tenho a sensação que não era exatamente o que eu queria dizer. Sobre o prazer psicológico de explicar a mim mesmo, sempre correndo o risco de não ser necessariamente entendido por quem me lê. Um momento […]
ARTIGO: José Delfino

SESSÃO DUPLA – Duas versões de “Violência Gratuita” (Funny Games), um thriller brutal, foram filmadas por Michael Haneke, com dez anos de diferença. Uma, em 1997, na Alemanha. A outra, nos EUA, em 2007. As duas versões, a alemã e a americana, contrastam com obras como Assassinos por Natureza. Parecem se aproximar, de certo modo, […]
ARTIGO: JOSÉ DELFINO

NUM BAR EM CASABLANCA – Do lado de fora, como que flutua, o letreiro . O nome iluminado numa bolha de néon, como se o lugar pudesse falar; como se fosse um personagem, o personagem principal de uma história. Recebo a saudação do porteiro que usa um fez na cabeça. Meu olhar, em passos longos […]
ARTIGO: José Delfino

ATRIBULAÇÕES NUM DOMINGO – Madruguei pensando em João Cabral (que vi de longe, quando era menino): “E como faca que é / fervorosa e enérgica / sem ajuda dispara / sua máquina perversa : a lâmina despida / que cresce ao se gastar / que quanto menos dorme / quanto menos sono há.” Mas a […]
ARTIGO: José Delfino

NUM RESTAURANTE EM LONDRES – Aconteceu há exatos trinta e seis anos. Sobrevivíamos na Inglaterra eu, minha mulher e três filhos ,com os minguados cruzeiros da UFRN, convertidos em Libras Esterlinas. Do bolso lembro bem, da noite também: chovia a cântaros, o frio gelava os ossos. Do local nem tanto, mas recordo uma lareira em […]
ARTIGO: José Delfino

A ALMA DE JANUÁRIO CICCO – Tempo de vacas magras. O hospital das Clínicas em contenção de despesas. Dentre as austeras medidas, o corredor do hospital iluminado, aqui e acolá, por uma lâmpada de 40 watts. Um ambiente solitário, escuro, um tanto lúgubre, propício, em tese, ao aparecimento de almas do outro mundo. Meu irmão Esaú, […]
ARTIGO: José Delfino

O BLUES E SUAS IMPLICAÇÕES – Do ponto de vista técnico, o blues é, na maioria das vezes, uma peça composta de estrofes de doze compassos, subdivididos em três grupos de quatro compassos ternários , sendo o segundo uma repetição do primeiro e o terceiro uma figura de arremate. Do ponto de vista harmônico ,os […]