Um eleitor deposita sua cédula enquanto outros esperam para votar nas eleições regionais da Catalunha em uma mesa de voto em Sant Cugat del Valles. (Foto: Eric Gaillard/Reuters)
Um eleitor deposita sua cédula enquanto outros esperam para votar nas eleições regionais da Catalunha em uma mesa de voto em Sant Cugat del Valles. (Foto: Eric Gaillard/Reuters)

A Catalunha escolhe nesta quinta-feira (21) um novo governo, e muitos esperam que a eleição resolva a pior crise enfrentada pela Espanha em décadas, quando a região declarou independência, levando Madri a destituir líderes locais. Os locais de votação já abriram as portas.

A eleição foi convocada pelo governo central de Madri após a destituição da liderança catalã, que havia declarado a independência em outubro. O premiê Mariano Rajoy demitiu a liderança catalã, dissolveu o Parlamento regional e convocou eleições antecipadas – estas que serão realizadas nesta quinta.

Todo o governo catalão destituído é investigado pela Justiça espanhola. Vários ex-conselheiros e Carles Puigdemont, o presidente destituído da Catalunha, estão refugiados na Bélgica.

Segundo os organizadores, 90% dos eleitores se posicionaram a favor da independência, mas só metade do eleitorado catalão participou do pleito – o que causa incertezas quanto ao real apoio popular ao separatismo.

A aposta de Madri é capitalizar em cima do desencanto de parte dos catalães com o separatismo, com a expectativa de que a eventual eleição de líderes pró-Espanha voltem a ancorar a Catalunha ao país.

Essas eleições são atípicas: uma parte dos candidatos separatistas está na prisão, outra fora do país e as instituições da Catalunha estão sendo administradas em Madri.

As opções políticas estão polarizadas entre separatistas e constitucionalistas, ou seja,contrários à independência. Se não houver surpresa de última hora, nenhum partido dos sete concorrentes vai conseguir as 68 cadeiras necessárias para ter a maioria absoluta no Parlamento catalão.

O movimento separatista sabe que não pode se desligar da Espanha unilateralmente e os partidos constitucionalistas não podem desconsiderar o desejo de mais de dois milhões de catalães que querem que a Catalunha seja uma República independente.

O contexto é complexo. Para a situação voltar à normalidade, a Catalunha deve voltar a ser governada pelos seus candidatos eleitos e o famoso artigo 155 aplicado pelo governo de Mariano Rajoy para suspender o governo de Carles Puigdemont deve ser desativado.

Puigdemont apostou todas as fichas numa só carta: a de ser o mais votado para voltar à Catalunha como presidente do Governo catalão (Generalitat) e provar que a aplicação do artigo 155 de Rajoy não acabou com o independentismo. Ele não considera não ganhar as eleições e ninguém se aventura a prever o que ele vai fazer caso isso aconteça.

Fonte: G1

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