O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que já responde por 18 acusações na Justiça Federal do Rio de Janeiro, é alvo de mais duas denúncias do Ministério Público Federal. As novas acusações são resultados da Operação C’est Fini, deflagrada no final do mês passado.
Dentre os denunciados tambem estão o ex-chefe da Casa Civil Régis Fichtner e o empresário Georges Sadala, ambos integrantes do episódio que ficou conhecido como a “farra dos guardanapos”, em 2009, quando o ex-governador, secretários e empresários foram fotografados usando guardanapos na cabeça e dançando, em um jantar em um hotel de luxo em Paris.
Nas denúncias, os procuradores afirmam que Sérgio Cabral recebeu vantagens indevidas não só de obras de construção civil, por meio da Secretaria de Obras, mas também de outros setores do Governo do Estado do Rio de Janeiro como, por exemplo, das unidades Rio Poupa Tempo, geridas por consórcios dos quais Georges Sadala fazia parte.
De acordo com o Ministério Público Federal, Georges Sadala era o grande corruptor da iniciativa privada na área de prestação de serviços especializados relacionados ao programa Rio Poupa Tempo.
Ele teria tido evolução patrimonial exponencial, desde o início do governo Cabral e garantido o pagamento de propina de, ao menos, R$ 1,3 milhão, em troca de facilidades na contratação de suas empresas junto ao governo.
Já Regis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do governo Cabral, teria recebido recursos em espécie na ordem de R$ 1,5 milhão, conforme as anotações da contabilidade paralela apreendida com o operador Carlos Bezerra.
Fichtner teria solicitado e aceitado vantagem indevida para dar “especial atenção para os interesses privados de empresários do setor da saúde, prestação de serviços de alimentação e limpeza, transporte público e construção civil”.
Além de Cabral, Fichtner e Sadala, também foram alvos dessas duas denúncias Luiz Carlos Bezerra e Wilson Carlos, que seriam operadores financeiro e administrativo da organização criminosa.
O Ministério Público Federal esclareceu que deixou de denunciar Carlos Miranda, apontado como outro operador do esquema de corrupção do Governo Cabral, em razão das penas alcançadas por ele em outras condenações já superarem a quantia definida em seu acordo de colaboração premiada homologado no STF.
Já são três denúncias referentes a operação C’est Fini. Na semana passada, o Ministério Público denunciou Cabral e outras quatro pessoas por crimes na Fundação Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (Funderj).
A ramificação da organização criminosa foi descoberta a partir dos desdobramentos das operações Calicute e Eficiência, todas no âmbito da Lava Jato, no estado.
Fonte: Agência Brasil
