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As perspectivas para as festas de fim de ano não são nada boas para o varejo. Se em 2014 os comerciantes enfrentaram o que ficou conhecido como o Natal das lembrancinhas. desta vez terão o Natal do amigo oculto, como apontam especialistas. Temerosos com o desemprego, a inflação e os juros altos, os consumidores estão procurando economizar e evitando se endividar. Metade dos brasileiros deve gastar menos com presentes do que no ano passado, e 24,3% pretendem desembolsar o mesmo valor, segundo mostra pesquisa realizada pelo Mundo do Marketing em parceria com a LeadPix.

Metade dos respondentes afirma que gastará entre R$ 101,00 e R$ 400,00, e 60% apontam o dinheiro e o cartão de débito como as formas de pagamento escolhidos. Já os 37,7% que pagarão com cartão de crédito pretendem, em sua maioria, parcelar as compras em até seis vezes. As pessoas não estão mais tão inclinadas a adotar parcelamentos longos, como os de 12 meses. De acordo com o especialista em Marketing Bruno Oliveira, os empresários precisam usar da criatividade para chamar atenção  dos consumidores, uma vez que é notado a existência  de uma barreira ao consumo e a oferta de variadas formas de pagamento já não está convencendo os brasileiros a gastarem.

A saída tem sido apostar em promoções. Acredita-se, inclusive, que a Black Friday tenha funcionado como um atrativo para a antecipação das compras de Natal, uma vez que em 2015 superou as vendas em 2014. Essa, no entanto, pode não ser uma estratégia sustentável para os lojistas. 

A pesquisa ouviu 3.654 pessoas no período de três a 10 de novembro. A maior parte (64,2%) dos entrevistados está no Sudeste, mas participaram do levantamento moradores de todas as regiões do país. Também houve diversidade de idades, faixas de rende e escolaridade. Em relação ao sexo, 58,7% são homens e 41,3%, mulheres.

O varejo se preparou, ao longo dos últimos anos, para atender a um novo público, a Classe C, que agora está freando o consumo. Ainda assim, a tradição da troca de presentes no Natal é tão forte que é difícil aos consumidores deixarem a data passar em branco. Dos entrevistados na pesquisa, 81,3% consideram a celebração relevante. Então, para atraí-los, será necessário abusar da criatividade. 

O resultado é uma previsão de retração de cerca de 5% nas vendas de Natal este ano em comparação ao ano passado, segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Caso se confirme, será a primeira queda em 11 anos na data. À exceção dos segmentos de farmácias e perfumarias (+1%) e de artigos de uso pessoal e doméstico (+2,8%), todos os demais mercados apontam para um resultado negativo. As maiores perdas deverão ocorrer nos ramos de móveis e eletrodomésticos (-17,6%) e de livrarias e papelarias (-15,1%).

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