Os brasileiros terão de se contentar com mais cinco anos de desalento. Em 2017, começará uma retomada do crescimento econômico, mas num ritmo lento. A recuperação será demorada e somente em 2022 o Produto Interno Bruto (PIB) por pessoa atingirá os US$ 6.070 de 2014, quando se iniciou nosso ciclo de decadência, em meio às eleições e ao adiamento de ajustes necessários.
Pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia brasileira não conseguirá crescer acima de 2% até 2021. É uma situação que preocupa, quando se leva em conta que são necessários ao menos 3,5% de alta da produção no país para que se comece a promover distribuição de renda, uma das maiores necessidades do Brasil. Por algum tempo, ainda continuaremos ladeira abaixo: o desemprego seguirá crescendo ao longo da maior parte de 2017 — o mercado de trabalho demora a reagir, já que os empresários precisam ter certeza quanto ao processo de recuperação para começar a contratar.
Especialistas advertem que, no ano que vem, o PIB tende a crescer 0,5%, no máximo, ou mesmo encolher mais um pouco, depois do tombo de 3,8% registrado em 2015 e da queda de 3,5% estimada para 2016. Com isso, a taxa de desocupação pode encostar ou ultrapassar os 13%. Um dos poucos alentos nesse quadro assustador é a inflação, que vem caindo devido à recessão na qual o país está mergulhado. As projeções para o custo de vida, porém, mostram que o centro da meta, de 4,5%, uma das mais altas do mundo, só deverá ser alcançado em 2018. Com essas perspectivas, o país continuará apresentando desempenho econômico abaixo da média mundial.
