Estão muito avançadas as negociações entre o governo brasileiro e a Boeing, tendo em vista a criação de uma nova companhia, com a participação da Embraer. A divisão na participação dessa nova empresa deve ser de 80,01% para a americana e de 19,99% para a brasileira, modelo que o governo brasileiro não abre mão. A joint venture envolverá apenas a área de jatos comerciais da brasileira, ficando de fora as partes militar e executiva. O acordo está aquém do que pretendia a empresa norte-americana, que tinha planos de levar todos os negócios da Embraer.
Fazem parte do grupo de trabalho equipes dos Ministérios da Defesa e da Fazenda, representantes do Comando da Aeronáutica e do Bndes. O banco detém, por meio de sua empresa de participações, a BndesPar, 5,4% do capital da Embraer. O governo federal procura um consenso antes de a proposta ser encaminhada pelas empresas ao presidente Temer. Um dos pontos que está ainda em discussão é a participação de um representante brasileiro no conselho de administração da nova companhia. Há forte pressão da área de militares para que o governo não ceda nessa questão.
As grandes questões entre governo, Embraer e Boeing já foram definidas e só estão na mesa agora pontos considerados menos importantes, como definir a situação das fábricas da brasileira que desenvolvem produtos tanto para a área comercial como para a militar da Embraer. Embora as conversas estejam caminhando bem, o acordo não deve ser fechado e anunciado na próxima semana porque o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, estará fora do País. O interesse da Boeing é reforçar sua atuação na aviação comercial de médio porte, segmento no qual a Embraer figura entre as três maiores fabricantes mundiais.
