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O leilão de petróleo desta terça-feira (17) da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) inclui 17 blocos marítimos de exploração na Bacia Potiguar, que fica entre a costa do Rio Grande do Norte e o Ceará.
Um dos blocos fica a 398 km da Ilha de Fernando de Noronha, segundo a ANP, o que preocupa especialistas. Recentemente, pesquisadores do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) alertaram que caso ocorra algum problema de vazamento na Bacia Potiguar, correntes marítimas podem transportar o óleo para Noronha em curto espaço de tempo.
A Bacia Potiguar fica na Margem Equatorial, que se estende por mais de 2,2 mil km ao longo da costa entre o Rio Grande do Norte e o Oiapoque, no Amapá. A região é considerada a mais nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultraprofundas, e já foi chamada de “novo pré-sal”.
Para ambientalistas, no entanto, a atividade petrolífera na região pode resultar em prováveis tragédias ambientais, o que afetaria diretamente o território amazônico. Além da Bacia Potiguar, nela estão inseridas as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, de Barreirinhas e do Ceará.
A Margem Equatorial é considerada uma “nova fronteira” pela ANP pois é uma área em exploração em estágio inicial, mas com potencial de possuir reservas de petróleo.
O leilão desta terça-feira é o 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão, com oferta de 16 setores distribuídos em cinco bacias sedimentares, sendo quatro marítimas – incluindo a bacia Potiguar, e uma terrestre.
Descobertas recentes no RN
Na Bacia Potiguar, a Petrobras descobriu:
- Petróleo no poço exploratório Anhangá, em abril de 2024, e uma perfuração de água profunda. De acordo com a empresa, a acumulação de petróleo descoberta foi encontrada em uma profundidade de água de 2.196 metros e distante 79 km da costa potiguar. O poço Anhangá está situado próximo à divisa entre os estados do Ceará e do Rio Grande do Norte – ele fica a cerca de 190 km de Fortaleza e 250 km de Natal.
- Hidrocarbonetono poço exploratório Pitu Oeste, em janeiro de 2024. também em perfuração de água profunda. Segundo a Petrobras, o poço estava 52 km distante da costa do Rio Grande do Norte. A presença da substância era, no entanto, inconclusiva quanto à viabilidade econômica, segundo a Petrobras.
Os dois pontos, que têm uma distância de cerca de 24 km entre eles, ainda passavam por avaliações complementares pela Petrobras.
A empresa informou que não houve nenhum incidente com trabalhadores ou com o meio ambiente durante a perfuração desses poços.
Em 2023, a Petrobras chegou a deixar de operar poços em terra no Rio Grande do Norte, após concluir a venda de todos os ativos no estado, inclusive a refinaria Clara Camarão. Meses depois, reabriu a sede no estado e anunciou um centro especializado em energia renovável em Natal.
Fonte: G1RN