
A Sondagem Indústria da Construção, elaborada pela FIERN, mostrou que, na opinião da maioria dos empresários, a atividade do setor no Rio Grande do Norte manteve-se retraída em março, representando a décima oitava queda consecutiva do indicador. Além disso, o nível de atividade atingiu o mais baixo padrão usual de toda a série histórica iniciada em janeiro de 2010.
Acompanhando o comportamento negativo da atividade, o número de empregados também caiu. O nível médio de utilização da capacidade de operação (UCO), por sua vez, apenas esboçou uma reação positiva ante fevereiro, permanecendo, ainda, abaixo dos níveis de março de 2014 e 2013.
Quanto aos indicadores avaliados trimestralmente, observa-se que as condições financeiras das empresas seguem pressionadas. Os custos dos insumos e matérias-primas subiram, aumentando a insatisfação dos empresários com as margens de lucro operacional e com a situação financeira de suas empresas. Agravando o quadro, as dificuldades de acesso ao crédito também se ampliaram, atingindo o nível mais baixo da série histórica iniciada em 2010.
A Sondagem põe à mostra as dificuldades enfrentadas pela indústria da construção potiguar há alguns meses, segundo relatos do Sinduscon à mídia: atrasos nos repasses do governo federal para o programa Minha Casa Minha Vida, que já duram seis meses e se agravaram em fevereiro.
Além disso, os lançamentos de novos imóveis, vem diminuído diante do recuo na demanda.
Com relação às expectativas para os próximos seis meses, os empresários do setor expressaram na Sondagem o maior índice de pessimismo dos últimos doze meses ante todos os indicadores avaliados, a saber, nível de atividade, compras de insumos e matérias-primas, novos empreendimentos e serviços e número de empregados. As intenções de investimento também atingiram o nível mais baixo em um ano. O maior pessimismo dos empresários pode ser explicado em virtude dos juros mais altos, dos menores prazos de financiamento e do maior rigor na análise do cadastro de clientes.
Os principais problemas do primeiro trimestre, na opinião dos empresários potiguares, foram, por ordem de importância, a elevada carga tributária, as altas taxas de juros, a demanda interna insuficiente, a inadimplência dos clientes e a falta de capital de giro.
Comparando-se os indicadores avaliados pela Sondagem Indústria da Construção potiguar com os resultados nacionais divulgados em 30/04 pela CNI, observa-se que, de um modo geral, as avaliações convergiram.