Atirador do Ministério Público chega ao Comando da Polícia Militar (Foto: Carlos Lima/Inter TV Cabugi)

“A arma utilizada é totalmente ilegal, vale dizer, não registrada, ilícita, bandida, comprada no mercado negro”. É desta forma que o servidor público Guilherme Wanderley Lopes da Silva, de 44 anos, se refere ao revólver que ele usou no atentado ocorrido na última sexta-feira (24) dentro do Ministério Público do Rio Grande do Norte. Os disparos feriram o procurador-geral de Justiça Adjunto do Rio Grande do Norte Jovino Pereira Sobrinho e o promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra. Um dos alvos também foi o procurador-geral de Justiça Rinaldo Reis, mas o servidor errou o tiro.

O relato sobre a arma consta em uma carta que o próprio Guilherme escreveu e deixou sobre a mesa do procurador-geral antes de abrir fogo. Faz parte de uma série de itens enumerados como justificativa para a intenção de matar. Nesta segunda (27), o Ministério Público divulgou partes da carta que não havia divulgado no fim de semana, quando revelou a existência do documento.

“Depois, não venham dizer que o povo de bem deve ser desarmado, quanta hipocrisia! Pensei até nisso ao escolher a arma proibida. A arma tinha que ser ilegal e por ironia do destino, até agradeço ao bandido que me vendeu e confiou em mim. Pelo menos fiz bom uso do artefato e o bandido, sem saber, também fez algo bom” (SIC), escreveu Guilherme.

Em outro trecho, ainda ao tratar da arma, os servidor acrescentou: “Rinaldo tinha que ser preso, afastado da politicagem. Mas, como isso não era possível, tinha que morrer. A morte por tiro, por incrível que pareça, é uma das mais humanas, piedosas, pois, dependendo, pode ser rápida, ou seja, com pouco momento de agonia. O que desejo atingir com isso é mostrar que aqui tem gente de bem e, como tal, disposta a mover montanhas para amenizar a vergonhosa sangria de nossa Pátria” (SIC).

Em outros trechos da carta — já destacados pelo Portal G1 após parte do conteúdo ser divulgado pelo MP — Guilherme destacou que “terrorismo se combate com fogo”, e também enfatizou que “alguém precisava fazer algo efetivo e dar uma resposta a esse genuíno crime organizado”.

O advogado Jonas Antunes, que defende Guilherme, quer um diagnóstico psicológico do servidor. A defesa também disse que o cliente ‘está em uma situação emocional terrível’.

Fonte: G1RN

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