Em momentos de sobra de energia, como o Brasil atravessa, é fácil esquecer a relevância de utilizar sabiamente o recurso energético. Nesse sentido, atualmente, há uma preocupação com a diversificação da matriz energética, mas o melhor uso da eletricidade está sendo negligenciado. O diretor da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), José Marcelo Sigoli, lamenta a falta de uma política de governo sobre as práticas de eficientização de energia. Para ele, é necessário promover ações para modificar a cultura da sociedade. É preciso também mostrar a importância econômica e ambiental dessas ações.
Uma das dificuldades para que as práticas de eficientização sejam mais desenvolvidas é que os empreendedores, em períodos de crise, preferem não investir e focam apenas na produção. Mas o que se observa é que, dependendo do setor, há um bom potencial para reduzir o desperdício de energia. No segmento industrial, por exemplo, em média, um motor de alto rendimento economiza de 20% a 30% de energia em relação a um tradicional. Outro caso em que pode ser aprimorado o uso da energia são as indústrias, hospitais e hotéis que utilizam caldeiras a gás ou elétricas para produzir vapor. A cogeração, com o reaproveitamento de gases de escape, pode diminuir o consumo. Na área residencial, o foco pode ser o desempenho térmico da casa. A redução do consumo pode ser alcançada com medidas como o isolamento térmico e o aproveitamento da ventilação do ambiente.