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BRASILEIROS “GERAÇÃO Y” NO DIVÃ – 

Como se sabe a “Geração Y” é comumente conceituada como a geração das pessoas que nasceram após os anos 80, são as pessoas conhecidas também por serem chamadas de geração do milênio ou geração da Internet, que surgiu exatamente por essa época.

Sem dúvidas, essa é a Geração que mais sente a atual crise no Brasil. Pode-se afirmar isso, pois a geração seguinte (denominada Z), pela falta de maturidade e conhecimento suficiente, nem sequer compreende ou sente o atual momento que passa o Brasil. Já as gerações anteriores vivenciaram outras conjunturas e momentos perigosos, difíceis e decisivos em todas as áreas.

Trocando em miúdos: a Geração Y, apesar de viver num país cheio de contradições, apenas conhecia, até alguns meses atrás, o desenvolvimento e o progresso mesmo que paulatino em todos os setores seja econômico, político, social cultural e desportivo.

Ou seja, se alguma Geração nas famílias brasileiras precisasse de uma psicanálise para entender o que está havendo e o que irá acontecer após isto tudo, seria a Geração Y.

Esses jovens adultos “mal acostumados” não sabiam o que significava o poder corrosivo da inflação perante seus salários; uma geração toda de jovens com acesso a produtos importados e a intercâmbio cultural, que nunca imaginou o dólar acima de R$ 4,00; e nem mesmo pensou que um dia representasse quase 40% da população desocupada do Brasil na atualidade.

Uma Geração que nasceu praticamente junto com a redemocratização brasileira em efervescência e consolidação das instituições, agora encontra-se avessa à política e anestesiada com a podridão que exala das entranhas dos poderes da república em todos os níveis.

A Geração Y que vibrou, após 24 anos sem título, com as copas de 94 e 2002; com as vitórias de Senna; e com as primeiras grandes conquistas olímpicas, já não mais se empolga com o futebol mesquinho apresentado e nem mesmo com as olimpíadas tão sonhadas que aqui ocorrerão em breve. Definitivamente o clima não é para festa!

Na arte, apenas para exemplificar, após as indicações de “O Quatrilho” (1996); “O que é isso, companheiro” (1998); “Central do Brasil” (1999); e “Cidade de Deus” (2004), nenhuma relevante expectativa de vencer a premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Saúde, educação, segurança e lazer: A cada dia que passa, só “para inglês ver”. As ciências e a tecnologias nunca foram priorizadas e continuamos a exportar cérebros.

Os brasileiros “Geração Y” estão numa espécie de divã da psicanálise. Não adianta se revoltar e não pode entrar em depressão. Precisam recuperar a autoestima, mormente pelo fato de ser a primeira vez que passam a conhecer a decadência em todas as áreas do país e de uma vez só. É preciso ter-se em mente que apesar de não ser sua culpa o cataclismo que ora ocorre, será sua responsabilidade ajudar a reconstruir o trem, coloca-lo e mantê-lo nos trilhos.

Marcos Lacerda Almeida Filho – Advogado e Mestre em Ciências Jurídico-Políticas

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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