No arquivo estadual, processamento de documentos que estava sendo feito por bolsistas da UFRN foi suspenso por falta de pagamento

As precárias condições do prédio no Alecrim onde o Arquivo Público do Estado funciona desde 2004 já foram motivo de ação judicial do Ministério Público. Apesar das cobranças por melhorias, quase nada mudou, e as chuvas fortes deste mês ainda contribuíram para piorar o estado das instalações. Em algumas salas, caíram pedaços do teto, enquanto em outras formaram-se goteiras. Uma pequena parte do acervo – que conta com documentos datados de até 1822 – chegou inclusive a ser atingida pela água, mas os funcionários agiram rápido e conseguiram salvar o material.

O pesquisador, escritor e professor aposentado da UFRN Claudio Galvão, que em maio  completa um ano à frente da administração do Arquivo Público,  se mostra preocupado com a situação. É que além dos reparos emergenciais que precisariam ser feitos para recuperar os estragos causados pelas chuvas, há muitos outros problemas, como a falta de serviço de higienização e de estrutura adequada para acondicionar o acervo, assim como de equipamentos para digitalização e restauração. Há muita coisa antiga, de mais de século, que está se deteriorando.

O Arquivo Público do Estado tem cerca de 180 m2 de espaço completamento lotado. São 7 mil metros lineares de documentos de variadas espécies, desde documentos textuais, cartográficos e iconográficos (fotografias) até documentos informáticos. Destacam-se, entre outros, os Ofícios e Relatórios sobre os índios de Extremoz do século 19 (1822), edições do Jornal A República de 1889, fichas e dossiês da extinta DOPS referente à Intentona Comunista no Rio Grande do Norte e ao período do Regime Militar e correspondências originais, do século 19, trocadas entre Nísia Floresta e Isabel Gondim.

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