AOS QUATORZE ANOS DE IDADE –
 
Conforme prometido por meu pai, eu iria com ele, no domingo à feira na cidade.
 
Uma alegria antecipada e ansiosamente esperada. Finalmente poderia visitar a cidade grande e ver uma feira livre, onde se vendia de tudo e onde provavelmente encontraria amigos.
 
Sábado, madrugada, coisa de duas horas da manhã, chega o caminhão carregado de feirantes, com suas mercadorias para serem vendidas na feira: de farinha a carne de sol, frutas e galinhas caipiras. Subo na carroceria e o caminhão segue.
 
Uma parada aqui, outra ali e assim chegamos à cidade. Ainda está escuro e as mercadorias são descarregadas com urgência e logo expostas, pois precisam ser negociadas.
 
Vem o café na barraca. Muita tapioca, guisado de carne e cuscus. Uma delicia1
 
Começo a circular vendo todas aquelas coisas, muitas delas novidades pra mim. Sigo até uma bodega onde bebo uma dose de cachaça e compro um maço de cigarros continental com filtro – recém-lançado.
 
Naquele exato momento eu me senti um homem de verdade. Todo poderoso e alto confiante. E no entanto eu só tinha quatorze anos de idade.
 
Alberto Oliveira – Representante comercial aposentado
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