AINDA O TARIFAÇO –
Agora foi a vez da Índia. Donald Trump taxou o país com a mesma tarifa de 50% imposta ao Brasil. O motivo? Estar boicotando as sansões e restrições comerciais impostas por nações como os Estados Unidos, Reino Unido e membros da União Europeia em resposta a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Comprar petróleo da Rússia é uma forma de amenizar financeiramente o país agressor da Ucrânia, numa guerra desprovida de qualquer outra razão senão a gana de anexar um território que no passado pertenceu à extinta União Soviética.
Agora analisemos a nossa situação nesse contexto. Inúmeras nações do mundo democrático aderiram ao boicote contra a Rússia e nós, tradicional aliado desse bloco, ficamos de fora. Imagino que poucos sabiam que o Brasil comprava petróleo da Rússia, contrariando as rejeições impostas pelos demais parceiros democráticos.
Em recente declaração à imprensa o ex-senador e ex-presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, afirmou que o Brasil começou a importar o diesel da Rússia a partir da invasão da Ucrânia, quando o país de Vladimir Putin passou a sofrer restrições internacionais.
Ficou claro que nós boicotamos o boicote. Como retaliação fomos punidos pelos Estados Unidos com uma taxa de 50% o que causará a perda de 140 mil empregos em dois anos. Trata-se de um momento difícil, “mas nada é tão ruim que não possa piorar”.
Enquanto isso a China está “nadando de braçadas” no nosso abrangente comércio automobilístico e, ao que tudo indica, não sairá perdendo na política de preços baixos empregada na tentativa de aniquilar as demais montadoras concorrentes.
Como se não bastasse ei-la envolvida num megaprojeto transoceânico que conectará o Brasil ao Peru, possibilitando o tráfego de mercadorias via ferrovias entre os oceanos Atlântico e Pacífico no sentido Leste-Oeste. Ótimo! Serão providências visando o desenvolvimento do país.
Não serão chineses em demasia para o nosso gosto? Quem garante que não influenciarão no nosso idioma, impingindo o Mandarim? Eu não pretendo trocar a minha Carne de Sol na Brasa por um Pato de Pequim ou o Porco Agridoce chineses. Onde ficarão as convicções filosóficas e políticas? Ou melhor, a ideologia?
A China mudou o estilo de vida em Hong Kong quando, a partir de julho de 1997, lhe foi devolvida pelo Reino Unido, pondo fim a 150 anos de domínio britânico. O mesmo acontecerá com Taiwan, ilha que a China considera uma parte rebelde de seu território e a deseja de volta.
Após tanto investimento no território descoberto por Cabral, a China poderá tomar gosto pelas terras tropicais, um manancial inesgotável de riquezas naturais ainda inexploradas. “Incluam-me” fora dessa possibilidade nada fantasiosa, pois nem a imaginar eu me concedo o direito.
Após os últimos governos que tivemos tudo pode acontecer no Brasil. Só nos resta agora acreditar na profecia recebida em sonho por Dom Bosco, padroeiro de Brasília, que lá seria a “Terra Prometida” e dela jorraria “leite e mel” para a terceira geração de nativos do país. Amém!
José Narcelio Marques Sousa – Engenheiro civil
