Nova Delhi, na Índia, amanheceu nesta segunda-feira (31) com espessa camada de poluição (Foto: Money Sharma / AFP)

Quase um ano depois da sua aprovação, em Paris, o primeiro acordo vinculante contra as mudanças climáticas que envolve todo o planeta entra oficialmente em vigor nesta sexta-feira (3), mas resta um longo caminho a percorrer para que ele realmente produza efeitos.

A entrada em vigor ocorre às vésperas da 22ª Conferência da ONU sobre o Clima, que começará na segunda-feira na cidade marroquina de Marrakesh. Um total de 92 países já ratificaram (aprovaram internamente) o Acordo de Paris. O limite mínimo de 55 países que representam 55% das emissões mundiais de gases do efeito estufa — necessário para que o acordo entrasse em vigor — foi atingido antes do que os especialistas esperavam.

No entanto, a ONU advertiu nesta quinta-feira, como informa a agência AFP, que o planeta deve reduzir “de maneira urgente e radical” suas emissões de gases do efeito estufa para evitar uma “tragédia humana”.

“Se não começamos a adotar medidas adicionais a partir de agora, a partir da conferência de Marrakesh, terminaremos chorando ante uma tragédia humana evitável”, declarou Erik Solheim, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que publicou seu relatório anual sobre a ação climática global.

Entre os principais países emissores, a Rússia ainda não indicou quando ratificará o acordo. Na Austrália e no Japão, o processo já está em andamento, e na Europa, Polônia, Bélgica, Itália e Espanha ainda devem ratificá-lo em nível nacional. Na América Latina, Argentina, Brasil, México, Peru, Costa Rica, Bolívia, Honduras e Uruguai também ratificaram o acordo, entre outros.

Os negociadores ainda têm trabalho pela frente, porque o texto acordado por consenso em Paris tem muitas imprecisões que devem ficar claras.

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