Após a seleção do conteúdo enviado e da edição, o filme tem estreia prevista no começo de 2021, no Festival de Sundance, nos Estados Unidos. Depois disso, ficará disponível no YouTube.
Entre as principais mudanças nessa década, o diretor vê principalmente a forma como as redes sociais e os smartphones se tornaram uma parte integral da vida da maior parte da população.
Isso facilita a produção do conteúdo, mas também cria um problema.
“Mas eu não acho que isso vai acontecer. Porque com a Covid-19, e o momento em que estamos vivendo, as pessoas estão muito reflexivas, estão examinando suas vidas e pensando nelas. Então acho que o momento é acidentalmente muito bom.”
Os planos para o retorno ao projeto começaram muito antes do começo da pandemia. Mesmo quando a ideia foi aprovada e confirmada por todas as partes, em março, ninguém achava que em julho grande parte do mundo ainda estaria em quarentena.
“Nessa época a pandemia estava começando a virar um grande problema, mas todos pensamos teria acabado em maio, ou junho, e as pessoas estariam voltando à normalidade”, diz Macdonald.
“Mas é fascinante. Esses filmes são sobre as conexões da humanidade, sobre como estamos todos conectados. E a Covid-19 é isso, ela nos lembra que estamos todos nessa juntos.”
Com a noção de que o novo documentário deve receber muito mais colaborações que as cerca de 80 mil do original, o cineasta conta com as lições aprendidas em 2010 e com uma equipe de cerca de 30 assistentes.
Fluentes em diferentes idiomas, eles assistirão a todo o material, com uma classificação de 1 a 5 para cada vídeo enviado – de “não vale a pena” a “isso precisa ser visto”.
Afinal, ele jamais conseguiria conferir todo o conteúdo sozinho. Na produção do primeiro filme, ainda passou dois meses assistindo a todo o material já selecionado.
“Eu fui apenas a pessoa que teve sorte suficiente para estar vivo e juntar todas essas partes. Esse lado é o que mais me anima para voltar.”
Ao final da entrevista, o diretor bem-humorado faz um último apelo, ciente das mudanças de hábitos da população. Mais confortáveis com a produção de seus próprios conteúdos, as pessoas também adquiriram vícios.
“Por favor, diga às pessoas que gravem horizontalmente”, brinca Macdonald, entre risos um tanto desesperados.
“Claro que se alguém gravar algo incrível, com um personagem ou história fascinante, vai entrar no filme. Mas vai deixar o resto menos bonito. Estou pedindo para que as pessoas pensem em como o filme vai ficar na tela grande do festival de Sundance, não como fica em seus celulares (risos).”